domingo, fevereiro 26, 2006

Amiga

Ao ler este post da Maria Heli comecei a pensar no que seria um(a) amigo(a) para mim.
Depois esforcei-me por não me deixar enredar por frases feitas ou bonitinhas, isto é, procurei o mais autêntico em mim...
...e nos amigos que tenho (a quem devo as definições seguintes e que acabam por constituir uma cartografia do meu universo de amizades).
Não sei se consegui.
Eis o resultado:


Uma amiga...

... é alguém a quem não pedimos que escolha, alguém que nem sequer tem de escolher, mas que, mesmo assim, nos escolhe a nós.

... é aquela que nos diz: a ti clonava-te!

... é a pessoa acerca de quem nos perguntamos frequentemente: será que estou a ser um bom amigo para ela? E se a resposta se aproxima da negativa, o nosso sentimento de culpa é avassalador.

... é alguém que, quando nos fala, nós ficamos a saber que o dia mudou e mudou para melhor!

... é alguém que nos diz: não estás só, a porta da minha casa está aberta para ti!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

É assim...

Aqui encontram uma das razões porque chego a casa exausto, depois de um dia de trabalho na escola, sem força nem disponibilidade para ir sequer à net ou à caixa do correio, quanto mais aos blogues. Por favor, leiam, tomem conhecimento. E ajudem. Se puderem. Nós, os professores, não sabemos o que fazer.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Manias

A MaDi propõe-me o desafio das 5 manias. E eu aceito-o.
Primeiro que tudo, fui ao dicionário:

Mania:
"do Lat. mania < Gr. manía, loucura
s. f., espécie de perturbação ou excitação caracterizada por aferro a uma ideia fixa;
fig., mau costume; desejo imoderado, excessivo; excentricidade, esquisitice, extravagância".

E pensei: eu não tenho manias que cheguem a 5! Bom, a verdade é que já vou em 13!
Não se assustem, divulgo apenas uma espécie de Greatest Hits, para não chatear.

E introduzo uma inovação: indico aqueles que eu sei, ou suspeito, que mais se queixam delas.

Cá vão as manias de:
1 - Me levantar e ir trabalhar excessivamente cedo (colegas de trabalho);
2 - Dar sermões (o meu filho e os meus alunos);
3 - Usar o telemóvel com alguma (na minha opinião) parcimónia (os meus amigos);
4 - Considerar sempre injustificado o bater-se em crianças (toda a gente, excepto as crianças);
5 - Provocar acidentes por cumprir as regras de trânsito... bem, e às vezes por não as cumprir (os outros condutores)!

De repente, sou assaltado por uma dúvida: será que adquiri mais duas novas manias, a de continuar a minha lista privada e a de descobrir a dos outros?

domingo, fevereiro 05, 2006

Fama

O desejo que as pessoas têm da fama! Porquê?
Uma hipótese: a fama traz uma promessa de poder e este torna-se um substituto do amor; pobre, sem dúvida, mas que distrai eficazmente dessa falta (Claro que o amor a que aqui me refiro é aquele que é doce, quente, reconfortante e securizante, não à paixão).
Calhou por acaso eu ter sido convidado para o aniversário da discoteca Lux. Quando estava na fila para entrar, passaram à nossa frente 3 jovens espectacularmente bonitas, mas de ar inexpressivo e duro. Comentei: estas devem ser bailarinas que vão aqui actuar. Disseram-me (rindo): não, estas são as famosas X, Y e Z! Fiquei perplexo: jovens, já com ar de velhas endurecidas, que eu confundi com umas quaisquer stripteasers!
Porque a fama devasta tudo. Lembro-me de há uns anos ter assistido a um fórum na BBC, com um larguíssimo número de intervenientes, subordinado ao tema: “Como a fama destruiu a minha vida”. A nota unânime era o reconhecimento da quase completa impossibilidade de evitar que isso acontecesse.

Ambrose Bierce, Dicionário do Diabo, Tinta da China:
"Famoso, adj. Conspicuamente miserável."

Balanço

Há um ano e alguns meses que estou separado.
Bom: viver o dia a dia em tranquilidade interior, sem a pressão nas vísceras por estar a fazer algo de menos, de errado ou, pelo menos, de criticável.
Mau, verdadeirmente Mau: não ter o meu filho comigo (eu, que estava habituado a estar com ele o tempo todo, excepto o que ele passava na escola).
Apesar desta dor, valeu a pena? Valeu.