Se queremos que a criança associe aquilo que fez a consequências
dolorosas, a um intenso e conflituoso conjunto de emoções negativas, e à consciência
de ser inferior e merecedora de uma auto-estima baixa, sem perceber porquê ou
para quê, então a opção pela punição física é a adequada. Estes são os efeitos no
seu cérebro. Ah, e a memória permanente desse tipo de punição, claro (nunca
conheci ninguém que se tivesse esquecido de ter sido castigado fisicamente, nem
nos casos em que o foi só uma vez).
Se queremos que a criança aprenda; que ela cresça e se
desenvolva num ambiente de respeito, de segurança e de afeto; que ela perceba
quais as maneiras mais adequadas de convencer os outros sem ter de os vencer
pela força bruta; se queremos dar-lhe o exemplo do que é viver não na selva mas
na civilização; que ela perceba que há consequências desagradáveis muito razoáveis
e lógicas para os seus maus comportamentos. Então há outras alternativas que,
ainda por cima, são muito mais eficazes que a punição física.
Como dizia Gandhi: «Se venceres o teu adversário, ganhas um
inimigo. Se o convenceres, ganhas um aliado.» Parece evidente, não é?
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