Apesar de sabermos que há grandes diferenças no modo como vivemos, achamos que todos os homens são iguais porque todos temos de morrer um dia.
Esta história da igualdade é cada vez mais uma mentira. Um exemplo?
A esperança média de vida.(http://geomundofred.home.sapo.pt/geo/pt/paises_deshumano_esperanca.htm)
Nos 10 países com maior esperança de vida esta situa-se entre os 79,7 e os 83,5 anos.
Nos 10 países com menor esperança de vida ela situa-se entre 36,5 e os 41,6 anos.
É verdade, em Moçambique é de 36,5 anos!
Alguém ficou ainda com fôlego para dizer alguma coisa?
A vida. Tão pouco e tão tanto. (...) E todavia eu sei que "isto" nasceu para o silêncio sem fim... (Vergílio Ferreira)
quarta-feira, abril 28, 2004
domingo, abril 25, 2004
25 de Abril
Vivi o 25 de Abril fechado em casa pelos meus pais. Vivi um 25 de Abril de mitologia.
Que 25 de Abril está dentro de mim? Apesar disso, o da alegria sem dúvida alguma. E o da promessa de uma felicidade que se podia alcançar com as mãos.
Hoje, também o da dor infinita de nunca mais.
Que 25 de Abril está dentro de mim? Apesar disso, o da alegria sem dúvida alguma. E o da promessa de uma felicidade que se podia alcançar com as mãos.
Hoje, também o da dor infinita de nunca mais.
Escola de pessoas? Ou de alunos?
A escola deseja a transformação do aluno?
Verdadeiramente não: o que deseja é que ele desempenhe bem o seu papel.
Não é por acaso que eles são qualificados de "actores" do processo educativo.
Aliás como os professores. Pela mesma razão, certamente.
Verdadeiramente não: o que deseja é que ele desempenhe bem o seu papel.
Não é por acaso que eles são qualificados de "actores" do processo educativo.
Aliás como os professores. Pela mesma razão, certamente.
quarta-feira, abril 21, 2004
Ver TV
A TV é hoje a polícia do mundo. Ela é que tem os olhos postos em vós, não são vocês que a olham.
(Alain Tanner)
(Alain Tanner)
sexta-feira, abril 16, 2004
Seremos mulas?
Sobre o porquê de tanta violência no filme "A Paixão de Cristo" Mel Gibson contou a seguinte história:
Um sujeito vende uma mula a outro garantindo que ela faz tudo o que lhe mandarem se a tratarem bem. Foi o que o outro fez, só que a mula não esteve pelos ajustes, nunca lhe obedecia. Ao reclamar junto do vendedor, este pega num barrote e dá uma cacetada na cabeça da mula. Ora, o comprador queixou-se de que o outro lhe tinha dito que era preciso tratar a mula bem. Resposta do vendedor: "Pois, mas primeiro é preciso atrair-lhe a atenção.
Primeira reflexão: Pressupõe-se que, deste modo, Mel Gibson entende ter dado com um barrote em cada espectador. Será que por considerá-lo uma mula? Se não, então será apenas por só conhecer esta forma de captar-lhe a atenção? Mas aí a pobreza de espírito é do realizador, não do espectador.
Segunda reflexão: professores, esta história não poderia servir de metáfora para um determinado tipo de relação pedagógica muito espalhado por aí?
Um sujeito vende uma mula a outro garantindo que ela faz tudo o que lhe mandarem se a tratarem bem. Foi o que o outro fez, só que a mula não esteve pelos ajustes, nunca lhe obedecia. Ao reclamar junto do vendedor, este pega num barrote e dá uma cacetada na cabeça da mula. Ora, o comprador queixou-se de que o outro lhe tinha dito que era preciso tratar a mula bem. Resposta do vendedor: "Pois, mas primeiro é preciso atrair-lhe a atenção.
Primeira reflexão: Pressupõe-se que, deste modo, Mel Gibson entende ter dado com um barrote em cada espectador. Será que por considerá-lo uma mula? Se não, então será apenas por só conhecer esta forma de captar-lhe a atenção? Mas aí a pobreza de espírito é do realizador, não do espectador.
Segunda reflexão: professores, esta história não poderia servir de metáfora para um determinado tipo de relação pedagógica muito espalhado por aí?
quarta-feira, abril 07, 2004
Uma boa Páscoa?
Hoje ouvi na TV o pediatra Gomes Pedro a dizer que os centros de acolhimento para crianças estão "a rebentar pelas costuras", tal é o número elevado de crianças abandonadas e maltratadas.
Uma sociedade que trata mal as suas crianças, que as despreza e que não grita por causa disso, é uma sociedade que não merece sair do pântano miserável em que a sua alma se encontra mergulhada.
Uma boa Páscoa, o que quer que isto queira dizer!
Uma sociedade que trata mal as suas crianças, que as despreza e que não grita por causa disso, é uma sociedade que não merece sair do pântano miserável em que a sua alma se encontra mergulhada.
Uma boa Páscoa, o que quer que isto queira dizer!
Educação verdadeiramente cívica: uma tarefa impossível?
Educar com um sentido no ideal é, no fim de contas, educar contra o espírito do tempo: aí a dificuldade da educação para os valores.
Defesa da imperfeição
Um certo gosto pelo imperfeito evita a dissolução da nossa identidade num embrutecimento anónimo para o qual o mundo actual nos empurra.
E isto talvez os estudantes desde sempre o tenham intuído...
E isto talvez os estudantes desde sempre o tenham intuído...
sábado, abril 03, 2004
A estrutura mental que os professores usam para se posicionarem perante os alunos assenta em 3 pilares: obediência, castigo e lei (ie, a interpretação que cada um decide fazer do programa).
Tentar compreender o que se passa realmente com um aluno e actuar depois em conformidade é uma tarefa excessiva (não estou a ironizar: é mesmo excessiva).
Por isso é que, até em turmas pacíficas (mas não submissas), os professores têm de desencantar problemas e têm de os fazer parecer mais graves do que são, tudo para não serem obrigados a sair deste quadro de referência, obediência - castigo - lei, tudo para não ter de compreender.
Não é tanto assim? Proponho um teste: quando alguém se queixar perguntemos-lhe se sabe ou imagina porque é que o aluno procede ou procedeu dessa maneira. Uma aposta em como a resposta vai ser "não sei", e mais baixinho, "nem me interessa"?
Avanço mesmo uma hipótese mais arrojada: todo o professor, para fugir às dificuldades que a compreensão lhe traz, precisa de alunos indisciplinados, que sejam o inimigo. E, se eles não aparecerem, ele cria-os.
Tentar compreender o que se passa realmente com um aluno e actuar depois em conformidade é uma tarefa excessiva (não estou a ironizar: é mesmo excessiva).
Por isso é que, até em turmas pacíficas (mas não submissas), os professores têm de desencantar problemas e têm de os fazer parecer mais graves do que são, tudo para não serem obrigados a sair deste quadro de referência, obediência - castigo - lei, tudo para não ter de compreender.
Não é tanto assim? Proponho um teste: quando alguém se queixar perguntemos-lhe se sabe ou imagina porque é que o aluno procede ou procedeu dessa maneira. Uma aposta em como a resposta vai ser "não sei", e mais baixinho, "nem me interessa"?
Avanço mesmo uma hipótese mais arrojada: todo o professor, para fugir às dificuldades que a compreensão lhe traz, precisa de alunos indisciplinados, que sejam o inimigo. E, se eles não aparecerem, ele cria-os.
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