A estrutura mental que os professores usam para se posicionarem perante os alunos assenta em 3 pilares: obediência, castigo e lei (ie, a interpretação que cada um decide fazer do programa).
Tentar compreender o que se passa realmente com um aluno e actuar depois em conformidade é uma tarefa excessiva (não estou a ironizar: é mesmo excessiva).
Por isso é que, até em turmas pacíficas (mas não submissas), os professores têm de desencantar problemas e têm de os fazer parecer mais graves do que são, tudo para não serem obrigados a sair deste quadro de referência, obediência - castigo - lei, tudo para não ter de compreender.
Não é tanto assim? Proponho um teste: quando alguém se queixar perguntemos-lhe se sabe ou imagina porque é que o aluno procede ou procedeu dessa maneira. Uma aposta em como a resposta vai ser "não sei", e mais baixinho, "nem me interessa"?
Avanço mesmo uma hipótese mais arrojada: todo o professor, para fugir às dificuldades que a compreensão lhe traz, precisa de alunos indisciplinados, que sejam o inimigo. E, se eles não aparecerem, ele cria-os.
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