quinta-feira, novembro 24, 2005

Livros, os melhores

Tem corrido uma votação nos blogues sobre os 5 melhores romances dos últimos 30 anos.
Sinto-me antecipadamente cansado e, portanto, não participo.
Esta fase que ando a passar pode ser uma razão.
Mas eu sei que há outra. Ei-la:
Gosto de um livro, gosto mesmo muito.
Começo a oferecê-lo aos meus amigos/conhecidos.
Para um em quem o livro acende uma chama, há todos os outros para quem ele suscita um reduzidíssimo interesse.
Ao ponto de nem sequer se darem ao trabalho de o acabarem de ler.
Hoje em dia estou como nos velhos tempos do fascismo: com o medo, só falo a alguns poucos dos livros que me importam!

For the record...

You're an Expert Kisser

You're a kissing pro, but it's all about quality and not quantity
You've perfected your kissing technique and can knock anyone's socks off
And you're adaptable, giving each partner what they crave
When it comes down to it, your kisses are truly unforgettable


Só vos digo uma coisa: nem todos os inquéritos na net nos deitam abaixo (lol)!


(e eu que não consigo sacudir este torpor? Já fui ao médico e tudo! Até me começa a apetecer culpar o Governo deste meu estado - bom, em parte ele é responsável, já que tenho muito menos tempo para recuperar do cansaço das horas e horas de trabalho com os alunos... como estes têm, aliás, vindo a aperceber-se! As minhas desculpas a todos os blogamigos por aquilo que pode aparecer como desleixo, mas não é. E que pena tenho de não ter ido a Aveiro.)

sábado, novembro 19, 2005

Em quem vou votar...

Vou ouvir e ler o que todos os candidatos disserem (principalmente nos manifestos de candidatura, nos debates e nos tempos de antena, porque no resto não confio).
Vou principalmente estar com atenção ao que não disserem!
Depois far-me-ei uma pergunta simples:
Se eu
(quando digo "eu", refiro-me obviamente a um "nós" constituído por aqueles que não sabem defender-se muito bem do poder)
me vir em dificuldades, qual dos candidatos promete uma maior probabilidade de vir a terreiro defender-me?
A resposta a esta pergunta ditará o meu voto.

Confesso um preconceito:
Desde há exactamente 27 anos (não me esqueci do primeiro ano do numerus clausus em Medicina!) que estou a ser continuamente prejudicado e sacrificado em nome de um qualquer "futuro do nosso país"!
Por isso os candidatos que me vierem com a merda do futuro dificilmente terão o meu voto!!!

(E, já agora, penalizo-me ao salientar a minha inferioridade cívica (menoridade política?) face a todos aqueles que irão dar o seu voto ao candidato que eles consideram desinteressadamente, ao contrário de mim, ser o melhor para o país!)

quinta-feira, novembro 17, 2005

Hoje gastei algum tempo a responder aos comentários feitos ao post anterior... e a colocar também algumas interrogações!

Lembro-me da estupefacção que me tomou há já bastantes anos atrás ao assistir, numa telenovela brasileira cujo título não recordo, ao modo como se desenvolvia na privacidade a relação entre um temível (fora do quarto de dormir!) "coronel" e uma capitosa proprietária (acho eu, porque eu não via a telenovela, só assisti a algumas cenas).
Estupefacção porque subitamente apercebi-me que aquilo que as pessoas mostravam ao mundo podia não ter nada a ver com o modo como elas se relacionavam na sua privacidade. E que isto era ainda mais gritante na área da sexualidade, este divórcio entre o que se quer aparentar e o que se é realmente.
Penso que os jovens acham que isto resolve os seus problemas e, no entanto, apenas os disfarça.

domingo, novembro 13, 2005

Solidão sexual

Estou a ler o último livro de John Irving, "Until I Find You". Vou ainda na infância do personagem principal. O tema que percorre mais obssessivamente as páginas referentes aos 4 anos passados na escola primária é a educação sexual que ele recebe - ele está numa escola de raparigas e é com elas que se dá essa aprendizagem.
Não pude deixar de pensar que, para mim, a sexualidade foi uma permanente fonte de sofrimento durante uma parte significativa da minha vida: é que durante muitos anos, o meu desejo foi impossível quer de se libertar quer de ser satisfeito. Primeiro por uma atroz ignorância (até quanto à identificação da fonte do sofrimento), depois por uma igualmente atroz timidez!
Por isso, causava-me imensa perplexidade (e dor!) que se glorificasse a vida sexual em termos sempre jubilosos, o que aconteceu muito nos anos que se seguiram ao 25 de Abril (eu tinha 16 anos nesta altura). Não compreendia como é que parecia tão fácil e tão bom tudo aquilo que para mim era tão longínquo e difícil de atingir como os Himalaias! E nunca ouvi ou li uma voz que expressasse as mesmas dificuldades ou o mesmo sofrimento por que eu passei.
Mesmo hoje em dia pouco se encontra expresso ou confessado sobre esta faceta da solidão...
É como se se assumisse que este problema fica resolvido com a masturbação ou com o recurso à prostituição. Ora, não fica: aliás, sou de opinião que não só não fica resolvido como ainda cria mais outros problemas (com a prostituição parece-me óbvio; não apenas por isso, mas também, ela nunca foi uma opção que eu escolhesse para mim).
Este é um assunto a que gostaria de voltar. Principalmente, porque parece cada vez mais eminente o aparecimento da disciplina de Educação Sexual nas escolas. Será lamentável se nela não vier contemplado este tipo de solidão e de sofrimento.

sábado, novembro 12, 2005

O Inverno continua

Gostaria que as palavras que tento escrever queimassem esta página.
Mas não, só a cansam.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Porque razão venho menos à net?

A verdade é simples: atravesso um Inverno intelectual - tenho poucas ideias e, ao mesmo tempo, pouca curiosidade.
Até a minha auto-formaçao profissional atingiu este ano lectivo, pela 1ª vez, o grau zero: não leio nada, não estudo nada.
Podia fazer literatura, mas não sei fazer da escrita, Arte.
E há que admiti-lo: quem procura beleza, emoção, pensamento ou humor fica muito melhor servido se deixar este blog e for visitar qualquer um dos que aqui ao lado se encontram listados!
Ah, também podia fazer como a Moranguita e postar perguntas e interrogações. Mas crianças como ela fazem-no, também, muito melhor do que eu.
Espero que, como o Inverno, isto seja passageiro.