- Os velhos traços da política salazarista que estão aí para ficar: usar o medo (da autoridade, da avaliação, da crise, etc.) para governar.
- As velhas estratégias de relacionamento dos portugueses com a sociedade onde vivem: inércia, falta de confiança, auto-complacência, queixume, inveja, desenrasque, chico-espertismo, irresponsabilidade, ausência de respeito pelo outro, corrupção.
- O quão sufocante tem sido o exercício de poder dos governos Sócrates (ao mesmo tempo que promovem todas as características referidas anteriormente).
- A usura das exigências que são feitas ao trabalho imaterial sobre a vida das pessoas, enquanto a avaliação se exerce apenas sobre os seus produtos materiais.
- A avaliação como estratégia de poder que visa produzir submissão. O caso dos professores.
Para o salvar da destruição? Já não acredito que seja possível. O poder está cada vez mais absoluto e desavergonhado, enquanto as pessoas estão cada vez mais mergulhadas no medo. Que é alimentado, pois o medo é extraordinariamente útil para se poder governar/abusar sem resistência.
Não, apenas para cada um poder salvaguardar a sua própria dignidade (e a dos seus mais chegados), a fim de evitar mergulhar neste pântano mental e social. Mais nada.
2 comentários:
Obrigado pela sugestão, Rui. Ainda não tenho o livro nem sei de o irei adquirir. Já referiste as ideias base, já conheço o que José Gil pensa através de outros textos, confesso que já estou cansado de tantos diagnósticos.
Também acho que "como povo pouco valemos". Quem vai ler o livro? Os que já nem precisam de o ler...
Estou amargo, desculpa...
Abraço
É verdade, também li dele o "Portugal, Hoje - O medo de existir".
Mas neste livro acho que ele clarificou muito melhor o seu pensamento, principalmente no que se refere à explicação das acções e do discurso do poder.
Em particular, faz uma análise muito lúcida e completa sobre a tão actualmente na moda "avaliação" e das consequências que ela acarretará para o país.
Também luto diariamente muito para que a amargura não me domine, tarefa nada fácil: a verdade é que eles não nos largam, nisso são muito piores que moscas ou vampiros.
Mas tenho tido a ajuda extraordinária da Adriana, ela que tem sido uma verdadeira e convicta lutadora contra a "peste" dos tempos actuais.
Um abraço amigo e solidário.
Enviar um comentário