Apropriadamente à época que atravessamos, surgiu um novo estudo (apresentado a 3 de Abril na sessão científica anual da American College of Cardiology, em New Orleans) que partilho aqui.
Diz ele que um jejum periódico e rotineiro é bom para a saúde e para o coração. Diminui os riscos de doença arterial coronária e de diabetes, e altera os níveis de colesterol no sangue. Também contribui para reduzir outros factores de risco cardíaco, como os triglicéridos, o peso e os níveis de açúcar no sangue.
Bom, não ponho em dúvida estes resultados.
Assim, fui experimentar fazer um jejum de umas simples 24 horas, apenas bebendo água.
Confesso com vergonha: não consegui aguentar a fome para além das 15:30 da tarde! A sensação era excruciante!
Pode parecer ingenuidade da minha parte, mas, na verdade, fiquei surpreendido. Apesar de estar a levar a minha vida normal de um dia de fim de semana (ginástica - programa 5BX -, jogging no exterior e estudo), nunca imaginei que fosse tão difícil fazer um jejum. Pode ser talvez por eu não ter uma motivação forte para o fazer, mas isso não justifica a dificuldade.
Habituamo-nos a ouvir falar da fome todos os dias e assumimos que é algo com que se lida de forma corriqueira. Pois não é nada assim. E compreendo que se cometam crimes por causa dela.
3 comentários:
Olá Rui
Achei curiosas as tuas reflexões sobre o jejum.
Meus pais, católicos fervorosos, faziam jejum na quaresma e em certas sexta-feiras. Mas o jejum não era "à bruta" como tentaste fazer. Era comer "poucochinho" como eles diziam. De manhã, em vez do papo-seco, só metade. A caneca só meia de leite. Ao almoço, meia batata, sem "conduto", e metade de uma peça de fruta, que eles partilhavam. Nada de doces ou petiscos. Muita água. Ao jantar, a mesma coisa. Uma colher de arroz, por exemplo, e mais meia maçã.
Eram sábios, como vês. Cortar os alimentos como tu fizeste, até pode ser prejudicial. Pelo menos é desencorajador. Experimenta a receita deles. Vais ver que consegues e vais sentir-te bem. O Ghandi aconselhava o jejum moderado. Dizia ele - e já o comprovei! - que aumenta a lucidez e a capacidade de trabalho intelectual, sobretudo na área criativa.
Espero que estejas bem, assim como a Adriana.
Abraço afectuoso
rui
jejuar é comer muito pouco, não é não comer!
eu jejuo, por quebra de rotina ao fim de semana, quando nao vou comer fora.
Day after sinto-me mais jovem, mais ligeira e mais activa.
Vale a pena!
O nosso corpo deve ser tratado com muito respeito, não gosta de desportos radicais...
Obrigado pelas sugestões. Vou experimentar então uma versão mais moderada.
Mas devo confessar que foi uma experiência importante. Agora, quando oiço falar de fome a associação que faço já não é a imagens que, por mais dramáticas que fossem, sempre me eram exteriores de alguma maneira.
Não, agora associo a uma experiência física cuja violência eu bem sei que nem sequer se compara com a daqueles que são verdadeiramente fustigados pela experiência de fome imposta.
Bjs, Teresa e um abraço ao Méon com beijinhos à M.
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