segunda-feira, setembro 19, 2011

Confiar: um valor em défice

José Gil, no Jornal de Letras de 24 de Agosto de 2011:

O que eu lamento é a ausência de uma onda que possa captar essas energias, que por isso são desperdiçadas.
Nós somos bons em muitas áreas, mas actuamos como bolsas isoladas.
E isso não faz onda.
Não há comunidades.
É preciso que os muitos nichos em que somos bons, como na artes plásticas, música, dança, teatro, literatura, se cruzem e criem uma massa crítica que se mova por si própria.


Uma razão por que não há esse cruzamento (e muito menos um encontro, acrescento eu) não poderá residir no facto de ninguém confiar em ninguém? De todos sabermos que, por mais mérito que possamos ter, não haverá qualquer reconhecimento? A menos, claro, que pertençamos a um qualquer grupo que esteja próximo do poder?

Não será esta falta de confiança mútua que faz com que os realmente bons prefiram iniciativas solitárias, de modo a poderem concentrar-se no seu trabalho e a não terem que se dispersar por preocupações com políticas e intrigas?

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