sábado, abril 23, 2005

Hoje é o Dia Mundial do Livro

Vou comemorá-lo passando para aqui um belíssimo poema de Rainer Maria Rilke a Lou Andreas-Salomé:

II
Como um lenço ante o hálito acumulado,
não: como se aperta contra uma ferida
da qual a vida toda, num só jorro,
quer sair, assim te apertei a mim: vi
que te avermelhavas de mim. Quem é que exprime
o que aconteceu? Recuperámos tudo
para que não houvera tempo. Amadurei estranhamente
em cada impulso de juventude não-vivida,
e tu, amada, tiveste uma qualquer
ferocíssima infância sobre o meu coração.




(Paulo Quintela, Obras Completas, III, Traduções II, Fundação Calouste Gulbenkian, 1998, p. 247)

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