(2) aqui.
"(...) Depois de testemunhar a submissão à autoridade, nas nossas próprias experiências, de centenas de pessoas vulgares , tenho de concluir que a concepção de Arendt da «banalidade do mal» aproxima-se mais da verdade do que qualquer um se atreveria a imaginar. A pessoa comum que deu choques eléctricos à vítima fê-lo por um sentido de obrigação - uma concepção dos seus deveres como sujeito - e não por causa de quaisquer tendências agressivas.
Esta é, talvez, a lição mais fundamental do nosso estudo: pessoas comuns, a fazerem simplesmente o seu trabalho, e sem qualquer hostilidade particular da sua parte, podem tornar-se agentes de um terrível processo de destruição. Além disso, mesmo quando os efeitos destrutivos do seu trabalho se tornam patentemente claros, e é-lhes pedido que desempenhem acções incompatíveis com normas fundamentais de moralidade, relativamente poucas pessoas têm os recursos necessários para resistir à autoridade(*). Uma gama variada de inibições para desobedecer à autoridade começa a actuar e consegue manter a pessoa no seu lugar."
Milgram, S. Obedience To Authority. London: Pinter & Martin Ltd, 2005. (pp 7 - 8)
(*) Mais: nunca nenhuma das pessoas estudadas mostrou vontade de pôr fim à realização da experiência, por exemplo, revelando a intenção de se queixar às autoridades competentes.
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