Na escola do professor que se matou os casos de violência são constantes
Já o disse antes. Por absurdo que pareça, tenho de confessar que devo a Jorge Pedreira o ser agora uma pessoa feliz, com uma nova vida profissional praticamente feliz. Quando ele veio para a televisão, inchado de arrogância, com ameaças contra os professores por causa da entrega dos objectivos individuais, eu percebi, naquele momento, que não queria mais pautar a minha vida pelo medo e que era a altura de dizer basta. Esse momento representou, na verdade, um gigantesco ponto de viragem na forma como passei a conduzir a minha vida. Saí (não como reformado, note-se). E ainda não me arrependi nem um bocadinho dessa minha decisão.
Tudo isto para dizer que em Portugal, por enquanto, ainda somos livres para decidir escolher uma vida melhor. Aliás, quase qualquer outra vida, garanto!, é melhor do que aquela que se leva na escola pública hoje em dia, posso testemunhá-lo.
Lamento tanto todos os meus ex-colegas que continuam a viver diariamente uma vida de desespero e de angústia nas escolas públicas deste país. Que não conseguem libertar-se do medo de arriscar. Que não acreditam que existem alernativas. Como o Luís.
Porque as pedradas contra os meus amigos
acertam sempre meu amigo em mim
Manuel Alegre, A Praça da Canção
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