Solidariedade faz pleno sentido se o for com os oprimidos, com os mais fracos. Não faz sentido se o for com os fortes. Aí trata-se mais de sujeição ou confunde-se em demasia com esta para se lhe poder chamar solidariedade de consciência limpa. Isto parece ser relativamente claro.
Onde podem surgir dúvidas e realmente um problema é na seguinte questão: poderei ser solidário, na plena acepção da palavra, com um amigo quando ele é o mais forte? Também me parece claro que, num contexto de ilegalidade, a resposta terá de ser não, visto que, para isso, há outro nome, o de cúmplice (note-se que, num crime, o uso da palavra solidariedade a ser feito é-o exclusivamente pelo criminoso). E dentro da legalidade? A resposta, face ao que atrás foi dito, poderá então ser sim, posso ser solidário com um amigo quando ele é o mais forte, mas não em todas as situações.
(subjacente a este texto está uma reflexão sobre a posição do Governo Português na guerra ilegal do Iraque)
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