"(...) apenas 16 por cento da população mostra níveis elevados ou muito elevados de bem-estar social quando o que está em causa é a crença positiva na natureza humana e a confiança nos outros.
Recorde-se, a propósito, que os portugueses estão entre os mais desconfiados da Europa. Quase um quarto dos inquiridos avaliou o seu nível de confiança nas pessoas entre 0 e 2, numa escala que vai até 10 valores." (Público, 19/5/2004, p.32)
Eu sempre achei que a maior causa de stress entre os professores não eram as condições de trabalho, nem o salário, nem a indisciplina, nem nada dessas coisas, mas sim a relação com os colegas que está muito longe de ser de confiança, como a multiplicidade de sindicatos existentes no sector o revela.
Numa sociedade em que ainda imperam as estratégias da intimidação, da distanciação em relação ao sofrimento dos outros, em que o Estado cada vez mais “desprotege” as pessoas que mais precisam de protecção, a falta de suporte emocional a que estamos tão sujeitos neste país (e para o qual também cada um de nós contribui) só pode dar como resultado os resultados indicados acima, mais a solidão e o sofrimento consequente que não cabem em nenhuma estatística.
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