Cerca de um mês antes da prova de aferição os meus alunos fizeram durante várias aulas, e na sala de aula, um trabalho de grupo; seguiu-se uma aula em que o trabalho foi discutido e corrigido perante todos.
Naquela prova saiu uma pergunta que eu tinha incluído no trabalho de grupo, mas com um âmbito muito mais alargado e mais complicado.
Tenho duas turmas de 9º ano, uma boa e outra mais fraca, 23+25 = 48 alunos. Quantos responderam ou responderam correctamente à pergunta da prova? Nenhum!!
Temos aqui um problema grave, como estão a ver.
Não culpo o professor porque eu sou o professor e eu sei que "dei" aquela matéria seguindo o cânone actual das Ciências da Educação (o qual, aliás, considero correcto e do qual sou defensor)
Não culpo os alunos porque é absurdo culpar 100% dos alunos do que quer que seja.
Não, o problema é mais vasto e penso que não se restringe à prestação pessoal do indivíduo A ou B, seja ele aluno ou professor.
Portanto, que temos um problema , eu sei que temos. Não sei é onde, e confesso que nem sequer sei muito bem qual é o problema (porque alguns saber a resposta sabiam; ora, não se lembraram, não compreenderam a pergunta, ou o quê? Eles também não me souberam responder).
Na minha busca lanço uma hipótese (quem se lembrar de mais, por favor acrescente aqui nos “comments”):
Actualmente o cérebro dos miúdos não tem tempo para assimilar e para interiorizar o conhecimento, ou seja, não tem tempo para transformar o conhecimento em saber.
Quando o cérebro pode começar a fazer este trabalho novas vagas de estímulos e de informação (da escola e de fora da escola) lhe vão chegando, acabando tudo numa avalanche da qual se a pessoa sair com vida, isto é, com sanidade mental, já não será mau.
Então o cérebro (se isto for biológico) ou eles mesmos (se for psicológico) “desligam”.
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