segunda-feira, outubro 31, 2005

Assassino

Domingo à tarde: fui passear com a minha cadelinha, a Pirata. Aqui, a rua que vai dar à via rápida para Lisboa é estreita.
Olho e vejo um carro azul ainda afastado. Começo a atravessar a rua e um cãozito vem atrás da Pirata. Quando vou a meio oiço um motor e olho outra vez. Um carro cinzento vai a ultrapassar o azul em aceleração.
Note-se: ele (porque é que eu digo "ele"? Não vi quem ia a conduzir. Na verdade, porque não consigo imaginar uma mulher a fazer isto) viu-me; tenho 1,80 m e levava vestido roupas com cores claras.
Ele podia ter optado por não ultrapassar. Podia, mas não o fez.
Dou dois saltos para a berma e puxo com um esticão a trela da Pirata.
Eu safei-me; a Pirata, à justa, mas também se salvou. O cãozito que vinha atrás, não: foi apanhado.
Quando olho para trás, o carro cinzento acelera enquanto o azul buzina, buzina.
O cãozito, a ganir e a coxear, foge.

1 comentário:

Rui Diniz Monteiro disse...

Voltei a vê-lo ontem, parecia estar bem. Mas, mesmo assim, pensar no episódio continua a dar-me náuseas.