Estou a ler "A Filha da Floresta", livro escrito por Juliet Marillier, no qual a minha personagem favorita é um homem, Finbar.
E ocorreu-me pensar (não sei se tenho razão, posso estar a ser injusto) que actualmente é muito difícil encontar um escritor que não revele o seu medo das mulheres. O mesmo já não acontece com as escritoras que são muito mais livres na apreciação que fazem dos homens.
Com os escritores vemos uma atitude perante as mulheres que vai desde a veneração (uma forma de medo, de qualquer modo), passando pela distância e pelo mistério, até ao rebaixamento. Alguns não conseguem mesmo esconder algo de próximo à misoginia, no seu sentido mais lato.
Veja-se, por exemplo, o caso de Arturo Pérez-Reverte. Nos livros que eu li (O Mestre de Esgrima, O Clube Dumas e O Cemitério Dos Barcos Sem Nome) há personagens masculinas boas e más; mas, femininas, praticamente, são sempre más!
No caso deste autor tenho pena e causa-me desconforto porque acho-o o escritor que melhor descreve a alma masculina (veja-se n'O Cemitério Dos Barcos...). Além disso, é um excelente escritor de aventuras.
Voltando à Filha da Floresta, há de facto uma grande doçura na descrição de algumas personagens masculinas. Eu, que cresci e me formei num tempo em que os homens eram suspeitos, quando não acusados, de serem todos uns Machos Porcos Chauvinistas, tenho de vos confessar: ler este livro tem-me feito sentir num oásis!
3 comentários:
talvez tenhas razão nas tuas apreciações mas quanto ao Artur Pérez-Reverte, não concordo: no Cemitério e tb na Rainha do Sul, as mulheres - ou a mulher - não é má, os seus actos é que são. mas conseguimos compreender a sua história e até perdoar-lhes. Mais na Rainha do Sul. Afinal, gostamos dessa rapariga-mulher que se torna uma das maiores traficantes do Mediterrâneo. O que ele entrega às mulheres (e aos homens) é uma solidão e um desamparo imensos.
Não conhecia A Filha na Floresta (nem a escritora, confesso). Voy a ver se la encuentro :)
besos
Ângela, obrigado pelas referências. A Juliet tocou-me, ainda não sei bem onde, mas tocou-me.
Rosário, não li ainda a Rainha do Sul, portanto, se calhar, não devo generalizar.
Mas deixa-me pôr a questão desta maneira: não se fica a compreender melhor as mulheres (já nem digo a amá-las mais) depois de ler os outros livros que referi no post. Acho eu. Mas os homens, sim. Acho eu, mais uma vez.
Bjs
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