Acabou-se o trabalho das explicações, agora que os exames estão feitos.
Tempo para reflectir.
Trabalhar muito e durante muitas horas. A única desculpa que pode haver para isso é ou o desespero, ou ganhar muito dinheiro. Comigo, não se verifica nenhuma das duas condições.
Então para quê persistir nesta senda? Para quê este esforço?
Poderia a resposta ser: para daqui a uns anos poder trabalhar menos e ganhar bastante.
Bem, para começar, esses anos teriam de ser poucos, pois eu já tenho 52. Mas não será nada disso que se prevê, quaisquer que sejam esses anos. Com a extensão da escolaridade obrigatória até ao 12º ano, para que servirão as explicações? Que valor terão elas? Quanto estarão os pais dispostos a pagar? A resposta a todas estas perguntas é obviamente nada, ou quase nada.
A profissão de professor, no verdadeiro sentido da palavra, daquele que ensina e não o que apenas tem de entreter e fingir que ensina, essa profissão está em vias de extinção.
Sabendo que jamais vou conseguir ganhar para uma vida desafogada e que sou detentor de um saber cada vez mais inútil (o de saber ensinar), que pretendo eu fazer?
Não quero a vida esgotante que tenho levado. Quero aproveitar mais e melhor. Afinal vivo no Algarve e pouco tenho aproveitado disso. Apetece-me gozar um pouco a vida. E quero também uma vida que me realize profissionalmente em todas as suas dimensões. Ainda.
A morte dura tanto tempo...
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