O que há de comum nas intervenções bem sucedidas ao nível da prevenção pública de problemas psicológicos e comportamentais?
Acima de tudo, a preocupação de tornar os ambientes em que as pessoas se movem mais enriquecedores e benéficos. Pois são estes ambientes que criam sociedades mais saudáveis e mais felizes. E é a ausência destes ambientes que estão na origem daqueles problemas.
Como o conseguir? Começando por minimizar o conflito nesses ambientes, ensinando-se as pessoas a favorecerem o bem-estar e o desenvolvimento pessoal umas das outras.
E de que ambientes estamos a falar? Quais são queles que mais contribuem para a construção de um mundo prossocial (onde os comportamentos das pessoas visam beneficiar os outros de modo voluntário)? A resposta é: as famílias e as escolas.
Procura-se, então, convencer as escolas e as famílias a reforçarem convictamente as crianças que se ajudam mutuamente e que participam na melhoria das suas escolas e comunidades. A estabelecerem limites às oportunidades das crianças receberem influências que as possam envolver em comportamentos problemáticos. A encorajar as crianças a seguirem os valores que elas mais prezam, mesmo face a obstáculos significativos, que incluem aqueles que são mais de natureza psicológica.
E, assim, talvez em breve seja tão impensável uma criança ser maltratada como é hoje impensável alguém fumar dentro de um edifício público. Fomos capazes de mudar isto, seremos capazes de mudar aquilo.
Depois, podemos esperar que uma sociedade, onde as pessoas cooperem e cuidem umas das outras, dê origem a empresas, organizações e governos que trabalhem eficazmente para o bem comum. Que defendam as políticas que sejam efetivamente úteis para a maioria das pessoas – se não forem úteis, devem ser rejeitadas, pura e simplesmente, mesmo que pareçam verdadeiras. Porque a “verdade”, no nosso país, deu origem à sociedade europeia com mais elevado nível de desigualdade económica – dentro das sociedades desenvolvidas apenas somos ultrapassados pelos EUA.
Finalmente, para nos ajudarem e acompanharem, aí estão as ciências biológicas e comportamentais a convergir nas suas descobertas acerca do que os seres humanos necessitam para prosperarem; e no que leva tantas pessoas a desenvolver problemas psicológicos, comportamentais e de saúde, a fim de lhe fazer frente de modo eficaz.
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