Penso que o desejo de me apaixonar vem de uma íntima e invencível vontade de me refazer, de me iniciar de novo; e a mulher por quem me apaixono representa a esperança visível e concreta, não de voltar ao, mas de poder partir do princípio de todas as coisas.
É um sonho, uma impossibilidade e, assim, todas as minhas paixões falham miseravelmente.
Sabendo isso eu então apaixono-me, não para ir atrás dessa vã promessa, mas para me aproximar de um objectivo mais humilde: encontrar-me e tornar-me inteiro naquilo que sou (eu, que estou sempre tao vaziamente fora de mim mesmo) por via do afecto da mulher que amo, bem como proporcionar-lhe a possibilidade do mesmo processo.
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