A questão parece-me relativamente simples.
A autoridade de um professor não pode assentar no seu estado de espírito, no seu talento ou em qualquer outra idiossincrasia pessoal.
Por duas razões: 1ª, porque com a heterogeneidade actual dos alunos, só um super-professor (que não existe) é que consegue ter autoridade sobre todos eles, sem excepção; 2ª, porque a autoridade não pode estar dependente dos caprichos de cada um, senão corre-se o risco elevadíssimo de corrupção do acto educativo (a autoridade assenta sempre numa negociação; se esta fica ao critério pessoal de cada um...).
A verdade é que a autoridade tem que emanar da instituição que o professor serve e representa. Só essa autoridade, igual para todos, é educativa, justa e livre de abusos. Ora, este governo, pelo desprezo que tem mostrado pelos professores, por ter posto a sociedade contra eles e por ter dificultado até ao absurdo o processo de castigar os alunos, minou completamente essa autoridade institucional. E o professor ficou sem poder nenhum que o sustente.
Para mim, o horror (não estou a exagerar na palavra) da situação nem são as agressões de que os professores (aliás, deve-se dizer "as professoras", pois são elas a maioria e as mais vulneráveis à violência neste país de cobardes) são vítimas.
Tendo esvaziado a escola e os professores de autoridade, aqueles deixaram de poder proteger os alunos mais fracos, os alunos que querem estudar, os alunos que são vítimas sistemáticas de colegas violentos. Esta mole imensa, cada vez maior, sem culpa nenhuma, vai aprendendo que os adultos não prestam para nada, que os colegas são perigosos e que a única coisa que ainda resulta é fazer justiça pelas próprias mãos. É isto que me causa horror.
1 comentário:
EStás a falar daquela pita histérica que precisava era dumas estaladas?
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