O fervor é pensar que, apesar de perdido, o paraíso continua a ser ainda aquilo de que nos lembramos, aquilo que permite que saiamos desta terra, onde aparecemos, sem ter o sentimento, ou a convicção, de que estivemos no inferno.
(Eduardo Lourenço, cit. in JL, nº 1013, p33)
Hoje, aqui, a paragem é obrigatória.
Porque hoje é o primeiro dia verdadeiramente da minha liberdade.
Hoje entrei na situação de licença sem vencimento de longa duração. Acabou-se tudo aquilo que, parafraseando Eduardo Lourenço, me dava o sentimento e a convicção de estar a viver num inferno.
Ao contrário dos últimos anos, entro por Setembro feliz, sem angústia e sem medo.
Inscrito no mestrado. Com emprego num centro de explicações, a fazer o que sei e que gosto realmente de fazer: ensinar.
Bastante mais livre do poder abusador de um governo maldoso e estúpido.
E mesmo que tenha de comer lentilhas, como Diógenes… abençoadas lentilhas!
O fervor é também tudo isto.
2 comentários:
Leio, com alguma emoção e total solidariedade, este postal que me fez reviver o meu Set 2008.
Entretanto falei com a Adr. e fiquei a saber mais pormenores da renovação. Só posso ser ainda mais solidário e desejar que o sol brilhe intensamente sobre as vossas vidas e que estas sejam longas, saudáveis, "sustentáveis" e ÚNICAS!!!
Posso susbscrever-me como AMIGO?
J Moedas Duarte
Claro que sim, Joaquim, com prazer. E acrescento que me sinto honrado por me considerar como Amigo. Ainda por cima porque todo este processo começou precisamente consigo e com a sua carta de despedida há um ano atrás, como refere.
Muito obrigado pelo seu comentário e pelos seus votos.
Foi-me precisa alguma coragem para tomar a decisão; já menos para a levar por diante; e, agora, feliz por o ter feito. Porque a alternativa seriam mais 4 anos a viver afastado da Adriana, ainda por cima naquele inferno que já nem as próprias aulas poupava.
Daqui a ano e meio tomarei então uma decisão mais definitiva: ou explicações ou engenharia civil ligada às energias renováveis.
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