Já aqui uma vez disse que, no amor, sou como o Cristovão Colombo... só que sem a América!
Terá sido a coisa mais verdadeira que eu disse de mim mesmo? É que agora acho que não é só no amor, mas enfim...
Ocorre-me isto porque ando há muito tempo para falar deste livro:
Portugal, hoje - O medo de existir, de José Gil, ed Relógio d'Água.
Não o fiz ainda porque percebi que falar dele é falar de mim e das minhas facetas negativas - das minhas inexistentes Índias ou Américas.
Bom, mas José Gil foi criticado por dar um retrato exclusivamente negativo dos portugueses, ou seja, por de certa maneira não apresentar propostas positivas e construtivas.
Discordo desta crítica.
Primeiro porque, ao denunciar nos portugueses a tendência para seguirem os caminhos indicados por outros, JG foge coerentemente a prescrever caminhos.
Segundo porque as propostas, as pistas para sair da situação estão lá no livro, cada um que as descubra, as construa e as aplique. Foi o que fiz e irei de vez em quando dar conta desse meu trabalho. Note-se: a perspectiva em que me coloco é pessoal, não é política nem social.
p.14, "A resignação leva à impotência, a passividade à inércia e ao imobilismo (...)"
Comentário:
Só fico impotente quando me resigno e não me mexo: é uma impotência estéril que não muda nada. Pelo contrário, a impotência que é criativa vem de eu tentar, mesmo que não consiga. Digo criativa porque por este processo cresço e (re)crio-me.
2 comentários:
Gostei muito da introdução e das analogias feitas por ti. sou capaz de comprar o livro.
obg.
Susana
eu tb.
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