Chego ao fim de uma semana cheia de acontecimentos bons.
Hoje foi a festa de fim de ano (lectivo) do sítio onde faço trabalho voluntário, no âmbito do Projecto de Luta contra a Pobreza, na Associação Luís Pereira da Mota, na Quinta das Sapateiras em Loures. Não é nada de especialmente custoso, apenas uma tarde por semana a dar apoio aos miúdos nos estudos, no meu caso mais na Matemática.
Nunca falei de trabalho voluntário? Nem sei como, dado que desde os 14 anos (há 33 anos!...) que participo em acções de trabalho voluntário.
Dos 14 aos 31 anos gastei muitas das minhas férias a trabalhar gratuitamente em sítios recônditos de Portugal, através de uma organização chamada Companheiros Construtores sediada em Coimbra.
Trabalho físico duro (normalmente construção civil), comunidades de jovens vindos de toda a Europa, pessoas interessantíssimas, pois só gente diferente está disposta a trabalhar nas férias, sem receber um tostão e em lugares perdidos e afastados de quase toda a civilização. Experiências e pessoas únicas que ainda hoje recordo com uma profunda e dolorosa saudade.
Foi ali que tive a minha primeira paixão, uma italiana doce e boa, a Celi, que me deixou amá-la, à distância claro (eu tinha 14, ela 28 anos!), mas sem nunca me magoar nem deixando que eu me magoasse... uma sabedoria que nunca encontrei em ninguém, infelizmente nem em mim para a poder passar a outros.
Os campos de trabalho voluntário são a única saudade do passado verdadeiramente enraizada em mim. Nenhuma outra coisa me faz desejar tanto voltar atraz no tempo como estes campos (ah, a sua força e pureza!)...
Agora recordo o sorriso caloroso dos miúdos na festa, as suas brincadeiras a meterem-se comigo e embaraçando-me à frente de outros colegas voluntários, enfim laços que se criam e que eu, infelizmente mais uma vez, tenho muito menos sabedoria do que eles para os conseguir manter.
1 comentário:
O voluntariado é necessário. Cada vez mais necessário, digo eu!
Também dou uma mãozinha...quando posso.
abraço
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