A vida. Tão pouco e tão tanto. (...) E todavia eu sei que "isto" nasceu para o silêncio sem fim... (Vergílio Ferreira)
quarta-feira, julho 20, 2005
Vergílio Ferreira
A nossa adesão a um escritor faz-se por motivos elevados e baixos, por motivos evidentes e ocultos.
Este é o "meu" escritor.
Quais os motivos que o fizeram meu? Apenas sei, de um saber traduzido em palavras, os motivos evidentes. Dos outros apenas sei obscuramente, não poderei falar deles.
Entre os elevados:
Deu-me palavras e ideias para nomear o meu sentir e fazê-lo comparecer diante de mim e dos outros.
Ensinou-me os mundos que se escondem dentro das palavras. Ensinou-me também a possibilidade de cada um de nós poder encher uma palavra com infinitos mundos.
Mostrou-me como se pode assumir a beleza da nossa condição humana, mesmo nas suas facetas menos nobres.
Enfim, mostrou-me e continua a mostrar-me a insuportável beleza do real, bem como da legenda que fica desse real.
Entre os baixos:
Fez-me saber que eu não estava só na minha aflição de ser e de estar em relação com os outros. Principalmente no amor em relação às mulheres, para as quais em toda a minha vida eu nunca estive "à altura".
Tudo o que atrás escrevi refere-se aos romances, que são para mim o sinal vivo da sua arte maior. Os ensaios e os diários são também duma riqueza extraordinária, porém não tocaram nem convocaram a totalidade do meu ser como o fizeram os seus romances.
Só falta dizer uma coisa: de Vergílio Ferreira não tenho em mim um romance preferido. Porque cada um deles vive por si, nimbado de uma luz incomparável e imorredoira (mas para dar a ler a um(a) amigo(a) querido(a) escolheria Na Tua Face).
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1 comentário:
É como nos Oscares, não há vencedor. O Oscar simplesmente goes to... O Concurso O Escritor Famoso chegou à fase da votação. Divulga p.f. Bj
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