sexta-feira, setembro 09, 2005

Olá, hoje estou com uma gripe terrível de verão (ou de um verão terrível?). Não me peçam coerência nem pensamentos elevados. Vou escrever ao sabor desta lassidão que tomou conta do meu corpo e do meu espírito.



Apetece-me dizer obrigado a todos os que têm vindo ao meu blog e cá têm deixado um testemunho doce da sua passagem.
Ainda a todos os que se esforçam por construir nos seus blogs coisas tão perfeitas... e tornam tão difícil a gente dizer como são quase insuportavelmente perfeitas: falo de textos belos, ou informativos ou ainda divertidos; falo das fotos e, agora, também dos desenhos.
Também a todos os que ainda, mesmo assim, conseguem arranjar tempo para responder aos comentários com que eu e tantos outros vamos salpicando os seus blogs.
E no meio destes agradecimentos todos não pode ficar de fora quem me proporcionou o computador com que escrevo estas palavras e leio as dos outros, ou a casa onde vivo: à minha irmã e ao meu cunhado, muito obrigado!



Bolas, estou a embebedar-me de gratidão!
Quase só agradeci aos que me envolveram e envolvem nesta aventura bonita da blogosfera.
Mas, pensando bem, vocês já imaginaram a quantidade de gente a quem nós tantas coisas devemos?
Aos que nos sorriem ou arranjam um tempinho para nos ouvir, aos que dizem "estou aqui" quando nós já sentimos que não somos de lado algum, que se preocupam connosco quando estamos doentes, que nos oferecem um jantar quando até já esquecemos a que é que sabe a comida quente, na verdade tanta coisa, tanta coisa que me limito a sorrir no silêncio.



Reparo agora, estou a agradecer a mulheres na sua esmagadora maioria.
Sou homem, mas os meus pares estão maioritariamente entre as mulheres.
Toda a minha vida sonhei, aprendi e magoei-me com elas. Elas têm sido o mar no horizonte dos meus rios, a última praia sempre imaginada.



E como conseguir agradecer a tanta gente?
Como agradecer aos que estão excessivamente longe de nós (a quem fez estas confortáveis sandálias que calço neste momento, ou a roupa que me aconchega, ou o chapéu de chuva, ou a canção que ouço, ou os livros, esses longos e pacientes companheiros).
Ou ainda como agradecer às coisas que ninguém em especial fez? Por exemplo: o sol a nascer no infinito canto dos pássaros; a primeira chuva a fazer-nos esquecer o pó quente do fim do verão; o cheiro suave das árvores e da relva quando abrimos a janela.
Sim, como agradecer tudo isto?



Não sei se vocês têm ideias para responder. Eu tenho uma:
Quando sou beneficiado com qualquer destas coisas sei que posso tornar-me num elo daquilo que pode ser uma cadeia. Para isso, procuro não interromper essa cadeia, procuro fazer o mesmo ou algo de diferente mas igualmente bom a outros.
Excepto, confesso-o com tristeza, quando me sinto infeliz.

4 comentários:

Sofia disse...

Ahhhh!! Já dá para comentar! :)

Mas é precisamente quando nos sentimos menos felizes, que mais compensa tentarmos fazer os outros mais felizes. :) É tudo uma questão de prática, de hábito, e a espiral é iniciada. É possível tornar os momentos de infelicidade ainda menos frequentes do que os de felicidade pura, assim. A sério! :)

joaninha disse...

APENAS UM COMENTÁRIO!


Entrou como uma aragem
e rodopiou como um tufão.
Ficou no olhar, como miragem
e destruiu meu coração...


Esse escrito foi a paisagem
Que fica depois da ilusão
Ou talvez uma homenagem
A quem originou uma paixão…


A vida é um oásis de infelicidades,
De truques, desilusão e maldades,
Mas que nos dá muitas lições…


E gentes más são crueldades,
Que inibem nossas realidades,
Mas que oferecem novas ilusões…


Obrigada pelo momento de inspiração. Gosto de ler o que escreves. Obrigada também pela visita aos meus Blog.

Rui Diniz Monteiro disse...

Sofia, absolutamente de acordo! Só que a infelicidade torna-me egoísta ou, pelo menos, muito mais centrado em mim mesmo. Mas, como tu dizes, é uma questão de prática e o feed-back ajuda. :)

Rui Diniz Monteiro disse...

Muito bonito, como sempre, Joaninha. Sabes que leio o teu poema e "vejo" as rosas por detrás? Como sabes, também gosto muito do que tu escreves: "A vida é um oásis de infelicidades, (...)" - é mesmo isto, Joaninha!