Hoje, na minha aula de ginástica, discutiu-se o casamento e o divórcio.
Da aula fazem parte casados e divorciados.
Ninguém se mostrou arrependido do divórcio. Embora os homens referissem a extrema dificuldade que foi deixarem os filhos, a casa, o convívio habitual. Alguns (eles e elas) falaram também de a sua vida social ter piorado: os amigos (casados) deixaram de os(as) convidar, isto é, tudo como dantes, mas à distância.
Outros falaram das virtudes ou desvantagens do casamento.
Eu estive sempre calado, até que a professora, que é muito novinha, me interpelou perguntando se eu não tinha nada a dizer. Ao que lhe respondi:
- Só um conselho: se há uma lição que eu aprendi foi que devemos tratar o cônjuge/namorado(a) (bem como os filhos) sempre melhor do que tratamos os nossos amigos, pois eles são mais do que amigos. Se nos esquecermos disso, eles tornam-se em menos do que amigos.
- Mas as pessoas começam a estar à vontade e dizem coisas que não se atrevem a dizer aos amigos; por exemplo, o meu namorado já é um bocadinho assim, disse ela.
- E isso, garanto-lhe, é uma rampa descendente, se for por aí, o caminho é sempre a descer, é sempre para pior, disse-lhe eu.
E, de repente, senti pena porque ela é muito boa pessoa, muito simples e prestável, muito ingénua, e, portanto, propensa a muita infelicidade...
1 comentário:
Claro, Paula, estou consciente disso.
A minha maneira de escrever, um bocado "à engenheiro", dá origem a estes equívocos:
O que eu queria dizer é que, por ela ser uma pessoa assim, os outros irão aproveitar-se e abusar. Ela, não os outros, ela será infeliz precisamente porque não a consigo ver a couraçar-se eficazmente, não pelo menos sem sofrer bastante: daí eu referir aquilo a que chamei da sua propensão para a infelicidade.
Obrigado pela oportunidade que me deu para eu prestar este esclarecimento.
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