«Temos professores a mais e com fracas competências», disse a Ministra da Educação.
Quanto mais a Ministra me insulta, quanto mais ela toma medidas para me humilhar, quanto mais sou objecto da sanha persecutória deste governo perante a indiferença ou o rancor do resto das pessoas, quanto mais todos eles caminham para me roubarem o futuro, mais livre, realmente livre, eu vou ficando.
Antes sentia-me obrigado a fazer tudo! Procurava cumprir com todas as minhas obrigações, mesmo as mais absurdas, custasse o que custasse. O respeito e a consideração dos outros (ainda que moderados) a tal me obrigavam.
Agora, a raiva deles está a ensinar-me a libertar-me de todas as minhas cadeias e de toda a minha culpa. Porque o que quer que eu faça tanto faz: a resposta é sempre o ódio.
Assim, estou só. E, só, estou a descobrir o que é decidir o curso da minha acção conforme à minha verdade apenas. Por isso, sou mais livre. E responsável apenas perante mim mesmo.
(Não me iludo: é uma liberdade limitada, já que as possibilidades de acção são limitadas... mas as sombras do futuro e da culpa já não a distorcem, como antes, até à caricatura. Por outras palavras, quanto mais me tentam destruir, mais eu sou.)
E qual é a minha verdade? Os meus alunos, os alunos que têm consideração por mim, que estão por isso dispostos a colaborar comigo ou a combater-me (mas não aqueles que me desprezam). Daí resulta o meu compromisso de os ajudar a aprender o melhor que sei. Nada mais. O resto são/serão consequências (às quais, de resto, não sou cego).
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