“(…) De que me serve todo o
fervor do que disse, agora que estou só em face de mim, simples, vivo, indiscutível
desde as minhas mais profundas raízes?
Eis que depois de toda a verdade e erro com que falei,
depois das minhas fatigantes repetições, das incoerências e enganos, das
certezas e ilusões, olho uma vez ainda, nestes muros que me cercam, este Velho Rei de Rouault, A Trança, de Resende, relembro uma página
de Malraux, de Eça, um poema de Nobre, de Antero, de Camões, versos do Rei Édipo, esse fulminante verso da Antígona contra todos os carrascos que a
voz escrava do homem não cessa de inventar:
οὔτοι
συνέχθειν, ἀλλὰ
συμφιλεῖν ἔφυν
(*)
(Em grego, consintam, para que
esta voz nada perca do seu peso milenário.)
(*) «Não nasci para compartilhar do ódio mas do amor» (Antígona,
v.523).
(…)
O adversário
da paz não é apenas a guerra e a sua ameaça: é o medo sob todas as suas formas.
E a expressão mais alta da paz é a possibilidade dada ao homem de se reconhecer
inteiro na vida pela exaltação do que mais profundamente o pode dignificar como
homem.”
Faz hoje cem anos que Vergílio
Ferreira nasceu, contribuindo com o seu labor literário para enobrecer a nossa vida com uma humanidade plena de
valores, alegria e beleza.
Pessoalmente, a minha dívida para com ele é imensa. Ele ensinou-me a olhar, a sentir e a atuar no mundo de uma forma que eu nunca faria se não tivesse lido as suas obras. Fico feliz por ter tido a oportunidade de o fazer feliz durante um momento da sua vida. Mas isso é uma outra história. O que aqui quero deixar como testemunho é que ele proporcionou-me eu ter podido enriquecer extraordinariamente a minha vida com a leitura dos seus livros e com os mundos que essa leitura me abriu.
Pessoalmente, a minha dívida para com ele é imensa. Ele ensinou-me a olhar, a sentir e a atuar no mundo de uma forma que eu nunca faria se não tivesse lido as suas obras. Fico feliz por ter tido a oportunidade de o fazer feliz durante um momento da sua vida. Mas isso é uma outra história. O que aqui quero deixar como testemunho é que ele proporcionou-me eu ter podido enriquecer extraordinariamente a minha vida com a leitura dos seus livros e com os mundos que essa leitura me abriu.
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