terça-feira, agosto 02, 2005

Matar: o terror

Falo principalmente da guerra.

O que verdadeiramente me horroriza quando sei de pessoas a serem mortas (ou vejo em filmes, telejornais, etc) nem é o lugar-comum de poder estar-se a eliminar um Mozart, um Einstein ou um Gandhi.

Antes de avançar, tento imaginar como seria a humanidade se eles não tivessem existido. Depois, olho para esta humanidade sem pessoas, como eles, mas que foram efectivamente mortas: a sensação de perda, mesmo jamais sabendo de quê, toma completamente conta de mim.

O que me horroriza, porém, é saber que aquela pessoa assassinada, se não o fosse, iria tornar felizes outros seres humanos, iria fazer outros sorrir, iria cuidar de uma criança, iria fazer alguém sentir-se menos só, iria ser amante, marido, mãe... e não vai porque ela já não está! Deixou de existir! Onde devia estar a sua presença viva não está nada, absolutamente nada!

Agora multiplico essa pessoa, ou melhor essa ausência, essa falha, por milhares, por milhões... E aqui abre-se-me aos pés um abismo negro de pavor...

Sem comentários: