... É que me lembrei de uma passagem de "As mãos sujas" de Jean-Paul Sartre:
"Como tu prezas a tua pureza, meu filho! Que medo que tens de sujar as mãos! Pois bem, fica puro! Quem é que aproveitará com isso, e porque é que vens então meter-te connosco? A pureza é uma ideia de faquir e de monge. Vocês, os intelectuais, os anarquistas, utilizam-na como um pretexto para não fazer nada. Não fazer nada, ficar imóvel, apertar os cotovelos ao corpo, usar luvas. Pois eu tenho as mãos sujas. Até aos cotovelos. Mergulhei-as na merda e no sangue. E depois? Imaginas que se pode governar inocentemente?" (Quinto quadro, cena III)
Mas, apesar de tudo, não se pode tentar? Mesmo perdendo em suposta eficácia?
Se calhar, neste mundo, não... e lá voltamos ao mesmo.
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