domingo, julho 02, 2006

O namoro e a morte

Conhecem-se. Seduzem-se. Às vezes à custa de destruição e de sofrimento de outros. Apesar disso, tudo funciona como uma espécie de jogo. Às vezes aproximam-se, às vezes afastam-se. Mas nada parece definitivo.
Até que um dia há uma fractura em que a morte se introduz. A leveza anterior acabou, tudo se tornou sério de repente. O amor, o futuro, a solidão, deixaram de ser possibilidades hipotéticas.
E eis a paixão que volta. Só que já fora do tempo. Inútil, pois perdeu o corpo com o qual se poderia corresponder. Apenas a memória vive, dolorosa.
Por fim, apenas a dor. Que nunca, mas nunca desaparece. Apenas se distancia.

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