A vida. Tão pouco e tão tanto. (...) E todavia eu sei que "isto" nasceu para o silêncio sem fim... (Vergílio Ferreira)
sexta-feira, setembro 19, 2008
Eichmann em Jerusalém, ...
... Uma reportagem sobre a banalidade do mal.
Este polémico livro trata do julgamento no qual a acusação tentou mostrar Eichmann como sendo um monstro desumano e sádico. Tese com a qual Hannah Arendt, autora do livro, se mostrou em completo desacordo: para ela, Eichmann foi um pouco inteligente burocrata nazi, apenas preocupado com o cumprimento das regras e das leis, que simplesmente realizou o trabalho que lhe deram para fazer.
Eis o que diz Stanley Milgram, em Obedience to Authority:
Depois de assistir a centenas de pessoas comuns a submeterem-se à autoridade nas nossas próprias experiências, tenho de concluir que a concepção de banalidade do mal de Hannah Arendt está muito mais próxima da verdade do que nos atreveríamos a imaginar. (p. 7)
As palavras de H. Arendt:
Tenho hoje, com efeito, a opinião de que o mal nunca é "radical", que ele é apenas extremo e de que não possui nem profundidade, nem qualquer dimensão demoníaca. Ele pode invadir tudo e assolar o mundo inteiro precisamente porque se espalha como um fungo. Ele "desafia o pensamento", como disse, porque o pensamento tenta alcançar a profundidade, ir à raiz das coisas, e no momento em que se ocupa do mal sai frustrado porque nada encontra. Nisto consiste a sua "banalidade". (p. 25)
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