Estive a ver Sonata de Outono, para mim o filme de Bergman de que mais gostei até agora, juntamente com Monika e o Desejo.
Em ambos aparece um olhar que nunca mais nos larga até ao fim da vida, o de Liv Ullmann no primeiro:
e o de Harriet Andersson no segundo:
A propósito da personagem Eva, interpretada precisamente por Liv Ullmann, apercebi-me de uma tragédia terrível:
Sempre que alguém não sabe a pessoa, o ser que é realmente, jamais conseguirá descobrir quando e que está a ser realmente amado.
A vida. Tão pouco e tão tanto. (...) E todavia eu sei que "isto" nasceu para o silêncio sem fim... (Vergílio Ferreira)
domingo, setembro 28, 2008
Governo quer...
... 100% de aprovações no 9º ano!
Depois de ter conseguido tudo o que queria até ao momento, perante uma opinião publicada e pública amorfas e cúmplices, a ministra pode dar-se ao luxo de pedir o incrível: porque hão-de agora os portugueses recusar-lho?
Depois de ter conseguido tudo o que queria até ao momento, perante uma opinião publicada e pública amorfas e cúmplices, a ministra pode dar-se ao luxo de pedir o incrível: porque hão-de agora os portugueses recusar-lho?
quinta-feira, setembro 25, 2008
A Velhice... End Of The Line (Traveling Wilburys)
Este é um assunto que me interessa cada vez mais, quanto o tempo que me resta é cada vez menos.
Seleccionei estas citações das que se encontram no "Brain Candy Quotations". Escolhi-as por me serem verdadeiras e por apontarem para muitas direcções... no fundo, "old age is always an unfinished business" (e esta citação é minha)!
Old age is no place for sissies. (Bette Davis)
Perhaps being old is having lighted rooms inside your head, and people in them, acting. People you know, yet can't quite name. (Philip Larkin)
At age fifty, every man has the face he deserves. (George Orwell)
We do not count a man's years until he has nothing else to count. (Ralph Waldo Emerson)
Nobody grows old merely by living a number of years. We grow old by deserting out ideals. Years may wrinkle the skin, but to give up enthusiasm wrinkles the soul. (Samuel Ullman)
Age is a question of mind over matter. If you don’t mind, it doesn’t matter. (Satchel Paige)
How old would you be if you didn't know how old you was? (Satchel Paige)
Like our shadows,
Our wishes lengthen as our sun declines. (Edward Young “Night Thoughts”)
E agora, a música com Bob Dylan, George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne, ou seja, The Traveling Wilburys!
...
Well it's all right, riding around in the breeze
Well it's all right, if you live the life you please
Well it's all right, even if the sun dont shine
Well it's all right, we're going to the end of the line!
Seleccionei estas citações das que se encontram no "Brain Candy Quotations". Escolhi-as por me serem verdadeiras e por apontarem para muitas direcções... no fundo, "old age is always an unfinished business" (e esta citação é minha)!
Old age is no place for sissies. (Bette Davis)
Perhaps being old is having lighted rooms inside your head, and people in them, acting. People you know, yet can't quite name. (Philip Larkin)
At age fifty, every man has the face he deserves. (George Orwell)
We do not count a man's years until he has nothing else to count. (Ralph Waldo Emerson)
Nobody grows old merely by living a number of years. We grow old by deserting out ideals. Years may wrinkle the skin, but to give up enthusiasm wrinkles the soul. (Samuel Ullman)
Age is a question of mind over matter. If you don’t mind, it doesn’t matter. (Satchel Paige)
How old would you be if you didn't know how old you was? (Satchel Paige)
Like our shadows,
Our wishes lengthen as our sun declines. (Edward Young “Night Thoughts”)
E agora, a música com Bob Dylan, George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne, ou seja, The Traveling Wilburys!
...
Well it's all right, riding around in the breeze
Well it's all right, if you live the life you please
Well it's all right, even if the sun dont shine
Well it's all right, we're going to the end of the line!
quarta-feira, setembro 24, 2008
Viver...
... mais anos!
É um método que funciona em termos de bem estar, pelo menos, posso confirmá-lo. Aliás, não é por acaso que todas as religiões prescrevem jejuns.
A questão, porém, é outra. Para que me serve a mim adiar a morte uns anos, estando deitado, sem me conseguir mexer, sem já nem sequer reconhecer ninguém, ou seja, estando cerebralmente morto (caso que conheço pessoalmente)? Aqui é que era desejável termos mais respostas.
Entretanto, à falta de melhor, aqui ficam 120 maneiras de desenvolver a capacidade do cérebro, com links muito interessantes!
É um método que funciona em termos de bem estar, pelo menos, posso confirmá-lo. Aliás, não é por acaso que todas as religiões prescrevem jejuns.
A questão, porém, é outra. Para que me serve a mim adiar a morte uns anos, estando deitado, sem me conseguir mexer, sem já nem sequer reconhecer ninguém, ou seja, estando cerebralmente morto (caso que conheço pessoalmente)? Aqui é que era desejável termos mais respostas.
Entretanto, à falta de melhor, aqui ficam 120 maneiras de desenvolver a capacidade do cérebro, com links muito interessantes!
segunda-feira, setembro 22, 2008
As probabilidades do amor
Alan Brogan e Irene Kinnair, depois de conviverem alguns meses no mesmo orfanato, estiveram separados 45 anos, mas conseguiram encontrar-se de novo e casaram-se. Confesso: histórias assim comovem-me mesmo.
Para todos os que não acreditam que estas coisas lhes possam acontecer, pelo menos...
Don't Be Shy!
Cat Stevens
Don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
Just lift your head, and let your feelings out instead
And don't be shy, just let your feeling roll on by
On by
You know love is better than a song
Love is where all of us belong
So don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
You're there
Don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
Just lift your head, and let your feelings out instead
And don't be shy, just let your feeling roll on by
Para todos os que não acreditam que estas coisas lhes possam acontecer, pelo menos...
Don't Be Shy!
Cat Stevens
Don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
Just lift your head, and let your feelings out instead
And don't be shy, just let your feeling roll on by
On by
You know love is better than a song
Love is where all of us belong
So don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
You're there
Don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
Just lift your head, and let your feelings out instead
And don't be shy, just let your feeling roll on by
Racismo (e as eleições americanas)
Seremos todos racistas? Eu acho que sim. Eu pensava que não. No tempo em que trabalhava em Lisboa e andava de metro reparei, um dia, que quando entrava um grupo de jovens negros eu ficava muito mais tenso do que se entrasse um grupo de jovens brancos. Sem razão concreta absolutamente nenhuma. Perdi um bom bocado da minha inocência aí.
Nos Estados Unidos, uma sondagem recente apresenta valores preocupantes de racismo. Que irão aliás condicionar, não tenho dúvidas nenhumas, os resultados eleitorais. Por uma simples razão: mesmo aqueles que dizem que não deixam que assuntos de cor da pele influenciem a sua decisão, na hora de votar, no anonimato da cabine, muitos irão votar em McCain porque Obama é "negro" (que em rigor, aliás, não é).
Tantas vezes que me pergunto de onde surge esta força maléfica que leva à distância, ao desprezo, ao ódio! Se houvesse só racismo dos brancos contra os pretos, eu avançaria com a explicação de que, possivelmente, na base estaria a cor negra que, na nossa cultura, associamos ao Mal e à Morte. Mas o racismo também existe no sentido contrário, embora menos, pelo menos nos EUA, como se concluiu da dita sondagem (por exemplo: "One in five whites [20%] have felt admiration for blacks "very" or "extremely" often. Seventy percent of blacks have felt the same about whites.")
Já sabemos que o conceito de raça não tem qualquer base científica consistente. E, do ponto de vista da realidade, é igualmente absurdo: o que é exactamente um "negro" ou um "branco"? Veja-se isto que me aconteceu:
X para mim é negra. X dizia-me no outro dia: "Não gosto nada do noivo da minha filha, mas o pior de tudo é que ele é negro, é mesmo preto!" E eu fiquei a olhar para ela, de boca aberta, estupefacto!
Nos Estados Unidos, uma sondagem recente apresenta valores preocupantes de racismo. Que irão aliás condicionar, não tenho dúvidas nenhumas, os resultados eleitorais. Por uma simples razão: mesmo aqueles que dizem que não deixam que assuntos de cor da pele influenciem a sua decisão, na hora de votar, no anonimato da cabine, muitos irão votar em McCain porque Obama é "negro" (que em rigor, aliás, não é).
Tantas vezes que me pergunto de onde surge esta força maléfica que leva à distância, ao desprezo, ao ódio! Se houvesse só racismo dos brancos contra os pretos, eu avançaria com a explicação de que, possivelmente, na base estaria a cor negra que, na nossa cultura, associamos ao Mal e à Morte. Mas o racismo também existe no sentido contrário, embora menos, pelo menos nos EUA, como se concluiu da dita sondagem (por exemplo: "One in five whites [20%] have felt admiration for blacks "very" or "extremely" often. Seventy percent of blacks have felt the same about whites.")
Já sabemos que o conceito de raça não tem qualquer base científica consistente. E, do ponto de vista da realidade, é igualmente absurdo: o que é exactamente um "negro" ou um "branco"? Veja-se isto que me aconteceu:
X para mim é negra. X dizia-me no outro dia: "Não gosto nada do noivo da minha filha, mas o pior de tudo é que ele é negro, é mesmo preto!" E eu fiquei a olhar para ela, de boca aberta, estupefacto!
sábado, setembro 20, 2008
Um outro Paradoxo da Omnipotência
O mais conhecido é o "paradoxo da pedra".
Que, diga-se de passagem, nunca achei muito sério, pois confunde-se com um simples jogo de palavras (do género "O que acontece ao meu punho quando abro a mão?").
Mas este, que passo a expor, da autoria de J. L. Mackie, é irremediavelmente sério:
"Deus é omnipotente."
"Deus é infinitamente bom."
"O mal existe."
Três afirmações que nenhum crente razoável pode considerar falsas, penso eu.
O problema é que as três, simultaneamente, não podem ser verdadeiras.
Se Deus é omnipotente e infinitamente bom, então o mal não pode existir.
Se Deus é omnipotente e o mal existe, então Deus não é infinitamente bom.
Se Deus é infinitamente bom e o mal existe, então Deus não é omnipotente.
Considero este paradoxo dramaticamente sério porque está na base intelectual do meu ateísmo: um deus que permite que crianças sejam abusadas, feridas e mortas das formas mais cruéis, mesmo que exista, é um deus que não me interessa para nada. Na verdade, prefiro fazer a justiça de pensar que tal ser não existe.
(Uma discussão deste paradoxo vem referida na Introdução, de António de Araújo e de Miguel Nogueira de Brito, ao livro Eichmann em Jerusalém, de Hannah Arendt, p.33 e seg.)
Que, diga-se de passagem, nunca achei muito sério, pois confunde-se com um simples jogo de palavras (do género "O que acontece ao meu punho quando abro a mão?").
Mas este, que passo a expor, da autoria de J. L. Mackie, é irremediavelmente sério:
"Deus é omnipotente."
"Deus é infinitamente bom."
"O mal existe."
Três afirmações que nenhum crente razoável pode considerar falsas, penso eu.
O problema é que as três, simultaneamente, não podem ser verdadeiras.
Se Deus é omnipotente e infinitamente bom, então o mal não pode existir.
Se Deus é omnipotente e o mal existe, então Deus não é infinitamente bom.
Se Deus é infinitamente bom e o mal existe, então Deus não é omnipotente.
Considero este paradoxo dramaticamente sério porque está na base intelectual do meu ateísmo: um deus que permite que crianças sejam abusadas, feridas e mortas das formas mais cruéis, mesmo que exista, é um deus que não me interessa para nada. Na verdade, prefiro fazer a justiça de pensar que tal ser não existe.
(Uma discussão deste paradoxo vem referida na Introdução, de António de Araújo e de Miguel Nogueira de Brito, ao livro Eichmann em Jerusalém, de Hannah Arendt, p.33 e seg.)
sexta-feira, setembro 19, 2008
Eichmann em Jerusalém, ...
... Uma reportagem sobre a banalidade do mal.
Este polémico livro trata do julgamento no qual a acusação tentou mostrar Eichmann como sendo um monstro desumano e sádico. Tese com a qual Hannah Arendt, autora do livro, se mostrou em completo desacordo: para ela, Eichmann foi um pouco inteligente burocrata nazi, apenas preocupado com o cumprimento das regras e das leis, que simplesmente realizou o trabalho que lhe deram para fazer.
Eis o que diz Stanley Milgram, em Obedience to Authority:
Depois de assistir a centenas de pessoas comuns a submeterem-se à autoridade nas nossas próprias experiências, tenho de concluir que a concepção de banalidade do mal de Hannah Arendt está muito mais próxima da verdade do que nos atreveríamos a imaginar. (p. 7)
As palavras de H. Arendt:
Tenho hoje, com efeito, a opinião de que o mal nunca é "radical", que ele é apenas extremo e de que não possui nem profundidade, nem qualquer dimensão demoníaca. Ele pode invadir tudo e assolar o mundo inteiro precisamente porque se espalha como um fungo. Ele "desafia o pensamento", como disse, porque o pensamento tenta alcançar a profundidade, ir à raiz das coisas, e no momento em que se ocupa do mal sai frustrado porque nada encontra. Nisto consiste a sua "banalidade". (p. 25)
quarta-feira, setembro 17, 2008
O dilema dos adolescentes com dificuldades de aprendizagem
Quantas vezes nós, professores, nos irritamos com os alunos que, tendo dificuldades, não se esforçam absolutamente nada para as superar!
Porém, esses alunos vivem um dilema terrível.
Se se esforçam, e como naturalmente não conseguem grandes resultados, sentem que aparecem aos olhos dos colegas e amigos como burros e "mongos".
Se não se esforçam, não falham. E sentem que, aos olhos dos seus pares, até podem aparecer como fixes.
Repare-se que esta última opção tem duas vantagens irresistíveis:
Primeira, não tenho de concluir que sou burro, sou eu que escolho não estudar.
Segunda, não passo vergonhas aos olhos dos outros; pelo contrário, até posso ganhar prestígio aos olhos dos meus colegas, se souber gerir bem a minha oposição ao professor.
É muito, muito tentadora esta última opção.
Porém, esses alunos vivem um dilema terrível.
Se se esforçam, e como naturalmente não conseguem grandes resultados, sentem que aparecem aos olhos dos colegas e amigos como burros e "mongos".
Se não se esforçam, não falham. E sentem que, aos olhos dos seus pares, até podem aparecer como fixes.
Repare-se que esta última opção tem duas vantagens irresistíveis:
Primeira, não tenho de concluir que sou burro, sou eu que escolho não estudar.
Segunda, não passo vergonhas aos olhos dos outros; pelo contrário, até posso ganhar prestígio aos olhos dos meus colegas, se souber gerir bem a minha oposição ao professor.
É muito, muito tentadora esta última opção.
segunda-feira, setembro 15, 2008
Quando os deuses querem castigar-nos, respondem às nossas orações (*)
Mas eu não acredito em deuses nenhuns, nem em orações nenhumas.
Que castigo me estará reservado?
Sim, eu sei, a solidão - tanto na vida como na morte.
Mas, a estar sozinho (e não estamos todos?), prefiro estar só a estar acompanhado.
Castigo bem singular este.
(*) (...) that when the gods wish to punish us, they answer our prayers é uma frase de Oscar Wilde, da peça Um Marido Ideal (2ºActo), e que Ana Teresa Pereira usa no seu último livro, belísssimo como sempre, O Fim de Lizzie.
Que castigo me estará reservado?
Sim, eu sei, a solidão - tanto na vida como na morte.
Mas, a estar sozinho (e não estamos todos?), prefiro estar só a estar acompanhado.
Castigo bem singular este.
(*) (...) that when the gods wish to punish us, they answer our prayers é uma frase de Oscar Wilde, da peça Um Marido Ideal (2ºActo), e que Ana Teresa Pereira usa no seu último livro, belísssimo como sempre, O Fim de Lizzie.
domingo, setembro 14, 2008
Caros colegas...
... para a aventura!
Um bom ano, o mais centrado possível nos alunos (que são a verdadeira razão de ser do nosso empenho e realização).
Para isso, proponho o seguinte lema:
People don't care how much you know
until they know how much you care.
(As pessoas não se importam com o que sabes
até saberem o quanto tu te importas com elas)
Um bom ano, o mais centrado possível nos alunos (que são a verdadeira razão de ser do nosso empenho e realização).
Para isso, proponho o seguinte lema:
People don't care how much you know
until they know how much you care.
(As pessoas não se importam com o que sabes
até saberem o quanto tu te importas com elas)
sexta-feira, setembro 12, 2008
Oh! je voudrais tant que tu te souviennes
La Chanson de Prévert, Serge Gainsbourg
Oh! je voudrais tant que tu te souviennes
Cette chanson était la tienne
C'était ta préférée
Je crois
Qu'elle est de Prévert et Kosma
Et chaque fois les feuilles mortes
Te rappellent à mon souvenir
Jour après jour
Les amours mortes
N'en finissent pas de mourir
Avec d'autres bien sûr je m'abandonne
Mais leur chanson est monotone
Et peu à peu je m' indiffère
A cela il n'est rien
A faire
Car chaque fois les feuilles mortes
Te rappellent à mon souvenir
Jour après jour
Les amours mortes
N'en finissent pas de mourir
Peut-on jamais savoir par où commence
Et quand finit l'indifférence
Passe l'automne vienne
L'hiver
Et que la chanson de Prévert
Cette chanson
Les Feuilles Mortes
S'efface de mon souvenir
Et ce jour là
Mes amours mortes
En auront fini de mourir
Et ce jour là
Mes amours mortes
En auront fini de mourir
Les Feuilles Mortes, Yves Montand
paroles: Jacques Prévert
musique: Joseph Kosma
Oh! je voudrais tant que tu te souviennes
Des jours heureux où nous étions amis
En ce temps-là la vie était plus belle,
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle
Tu vois, je n'ai pas oublié...
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle,
Les souvenirs et les regrets aussi
Et le vent du nord les emporte
Dans la nuit froide de l'oubli.
Tu vois, je n'ai pas oublié
La chanson que tu me chantais.
C'est une chanson qui nous ressemble
Toi, tu m'aimais et je t'aimais
Et nous vivions tous les deux ensemble
Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment
Tout doucement, sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable
Les pas des amants désunis.
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle,
Les souvenirs et les regrets aussi
Mais mon amour silencieux et fidèle
Sourit toujours et remercie la vie
Je t'aimais tant, tu étais si jolie,
Comment veux-tu que je t'oublie?
En ce temps-là, la vie était plus belle
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui
Tu étais ma plus douce amie
Mais je n'ai que faire des regrets
Et la chanson que tu chantais
Toujours, toujours je l'entendrai!
Oh! je voudrais tant que tu te souviennes
Cette chanson était la tienne
C'était ta préférée
Je crois
Qu'elle est de Prévert et Kosma
Et chaque fois les feuilles mortes
Te rappellent à mon souvenir
Jour après jour
Les amours mortes
N'en finissent pas de mourir
Avec d'autres bien sûr je m'abandonne
Mais leur chanson est monotone
Et peu à peu je m' indiffère
A cela il n'est rien
A faire
Car chaque fois les feuilles mortes
Te rappellent à mon souvenir
Jour après jour
Les amours mortes
N'en finissent pas de mourir
Peut-on jamais savoir par où commence
Et quand finit l'indifférence
Passe l'automne vienne
L'hiver
Et que la chanson de Prévert
Cette chanson
Les Feuilles Mortes
S'efface de mon souvenir
Et ce jour là
Mes amours mortes
En auront fini de mourir
Et ce jour là
Mes amours mortes
En auront fini de mourir
Les Feuilles Mortes, Yves Montand
paroles: Jacques Prévert
musique: Joseph Kosma
Oh! je voudrais tant que tu te souviennes
Des jours heureux où nous étions amis
En ce temps-là la vie était plus belle,
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle
Tu vois, je n'ai pas oublié...
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle,
Les souvenirs et les regrets aussi
Et le vent du nord les emporte
Dans la nuit froide de l'oubli.
Tu vois, je n'ai pas oublié
La chanson que tu me chantais.
C'est une chanson qui nous ressemble
Toi, tu m'aimais et je t'aimais
Et nous vivions tous les deux ensemble
Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment
Tout doucement, sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable
Les pas des amants désunis.
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle,
Les souvenirs et les regrets aussi
Mais mon amour silencieux et fidèle
Sourit toujours et remercie la vie
Je t'aimais tant, tu étais si jolie,
Comment veux-tu que je t'oublie?
En ce temps-là, la vie était plus belle
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui
Tu étais ma plus douce amie
Mais je n'ai que faire des regrets
Et la chanson que tu chantais
Toujours, toujours je l'entendrai!
quinta-feira, setembro 11, 2008
Adenda ao post anterior
Eu acrescentaria a técnica da paráfrase:
"O que estás a dizer é que..." e reformulo por outras palavras o que o outro disse.
E tenho duas hipóteses:
a) Ou vou para a guerra, reformulando de maneira a expor as fraquezas e os erros de raciocínio do outro, o que será talvez adequado apenas nas situações em que ele/ela usou de um nível muito elevado de agressividade e há que travar de imediato o processo;
b) ou sou simpático e reformulo do modo mais favorável ao meu ponto de vista, levando o outro a mudar a sua opinião sem perder a face. Parece-me ser esta a linha a priviligiar.
"O que estás a dizer é que..." e reformulo por outras palavras o que o outro disse.
E tenho duas hipóteses:
a) Ou vou para a guerra, reformulando de maneira a expor as fraquezas e os erros de raciocínio do outro, o que será talvez adequado apenas nas situações em que ele/ela usou de um nível muito elevado de agressividade e há que travar de imediato o processo;
b) ou sou simpático e reformulo do modo mais favorável ao meu ponto de vista, levando o outro a mudar a sua opinião sem perder a face. Parece-me ser esta a linha a priviligiar.
quarta-feira, setembro 10, 2008
Como desarmar a agressividade verbal
Soube hoje nas reuniões que vou ter alunos de 7º terrivelmente malcriados para com os professores e os empregados. Fiz uma busca na net e encontrei isto que me pareceu interessante e útil:
How Verbal Self-Defense Works, por Suzette Haden Elgin.
How Verbal Self-Defense Works, por Suzette Haden Elgin.
terça-feira, setembro 09, 2008
Good Charlotte, Break Apart Her Heart
(...)
The only way you're gonna keep somebody around
Well I'm about to let you know
There's something I don't wanna understand
The only way a woman is gonna want a man
The only way you'll ever keep her in your hands
Is breaking apart her heart
Don't tell her she is the reason that you live
Don't give her everything that you got to give
If you want to keep the girl for as long as you live
Just break it apart her heart
(...)
There's truth about this, you say you want to be noticed
Well if you want to be noticed you gotta learn to break some hearts
Don't try to understand
(...)
I don't understand this cruelty
I don't understand... its just not me
I don't understand this cruelty
But now I see
The only way you're gonna keep somebody around
Well I'm about to let you know
There's something I don't wanna understand
The only way a woman is gonna want a man
The only way you'll ever keep her in your hands
Is breaking apart her heart
Don't tell her she is the reason that you live
Don't give her everything that you got to give
If you want to keep the girl for as long as you live
Just break it apart her heart
(...)
There's truth about this, you say you want to be noticed
Well if you want to be noticed you gotta learn to break some hearts
Don't try to understand
(...)
I don't understand this cruelty
I don't understand... its just not me
I don't understand this cruelty
But now I see
segunda-feira, setembro 08, 2008
Change before you have to (Jack Welch)
O meu início de ano foi bom.
Tive boas e más novidades, mas a verdade é que a estas últimas não dou muita atenção.
Ao contrário dos meus colegas que, assustados, estão a ter bastantes dificuldades a adaptarem-se a esta nova dinâmica.
É que tenho vindo a fazer modificações no meu trabalho que tornam agora mais fácil eu adaptar-me: não dou faltas (portanto nunca me causou problemas a redução do nº de dias de faltas permitidas); nunca quis dia "livre" (logo trabalho a semana toda, aliás, muito mais descansadamente que os meus colegas com o tal dia); tirava as faltas dos alunos dia sim dia não, e avisava logo os pais; passei a trabalhar sempre na escola e nunca em casa (assim, habituei-me a fazer o meu horário de 7 horas diárias na escola)(esta mudança lembro-me de quando a fiz: desde que esta pobre ministra disse estupidamente que os professores portugueses eram os que passavam menos tempo na escola!); etc.
Quando, no outro dia, encontrei a citação acima foi encontrar em palavras aquilo que faço desde há alguns anos.
É um bom conselho.
Adenda: Também na minha escola se assiste a uma profunda "sangria" de profissionais interessados, competentes, duros trabalhadores e muito experientes: falo de professores, sim, mas também de funcionários de secretaria e de auxiliares de acção educativa. É uma coisa triste de se ver.
Ao mesmo tempo estou com curiosidade.
Porque, a História demonstra-o, a contestação nasce sempre nas camadas mais jovens, nunca entre os velhos.
Ora, são os mais velhos precisamente que estão a sair para dar entrada a malta nova.
Mesmo tendo o ME pensado em guardar os lugares de chefia e de avaliador para os mais velhos (medida que nunca deixou de me espantar que Cavaco Silva, um pretenso economista, assinasse de cruz - imagine-se empresas em que a idade fosse a principal condição para aceder a uma chefia!) a fim de exercer controlo sobre os mais novos, estou com curiosidade em saber do que é que estes serão capazes...
Tive boas e más novidades, mas a verdade é que a estas últimas não dou muita atenção.
Ao contrário dos meus colegas que, assustados, estão a ter bastantes dificuldades a adaptarem-se a esta nova dinâmica.
É que tenho vindo a fazer modificações no meu trabalho que tornam agora mais fácil eu adaptar-me: não dou faltas (portanto nunca me causou problemas a redução do nº de dias de faltas permitidas); nunca quis dia "livre" (logo trabalho a semana toda, aliás, muito mais descansadamente que os meus colegas com o tal dia); tirava as faltas dos alunos dia sim dia não, e avisava logo os pais; passei a trabalhar sempre na escola e nunca em casa (assim, habituei-me a fazer o meu horário de 7 horas diárias na escola)(esta mudança lembro-me de quando a fiz: desde que esta pobre ministra disse estupidamente que os professores portugueses eram os que passavam menos tempo na escola!); etc.
Quando, no outro dia, encontrei a citação acima foi encontrar em palavras aquilo que faço desde há alguns anos.
É um bom conselho.
Adenda: Também na minha escola se assiste a uma profunda "sangria" de profissionais interessados, competentes, duros trabalhadores e muito experientes: falo de professores, sim, mas também de funcionários de secretaria e de auxiliares de acção educativa. É uma coisa triste de se ver.
Ao mesmo tempo estou com curiosidade.
Porque, a História demonstra-o, a contestação nasce sempre nas camadas mais jovens, nunca entre os velhos.
Ora, são os mais velhos precisamente que estão a sair para dar entrada a malta nova.
Mesmo tendo o ME pensado em guardar os lugares de chefia e de avaliador para os mais velhos (medida que nunca deixou de me espantar que Cavaco Silva, um pretenso economista, assinasse de cruz - imagine-se empresas em que a idade fosse a principal condição para aceder a uma chefia!) a fim de exercer controlo sobre os mais novos, estou com curiosidade em saber do que é que estes serão capazes...
domingo, setembro 07, 2008
Resistir à autoridade injusta
O livro: Milgram, S. Obedience To Authority. London: Pinter & Martin Ltd, 2005.
Excertos, (1), (2), (3), (4) e (5) do 1º capítulo, “The Dilemma of Obedience”.
Fundamental a sua leitura numa época em que é cada vez mais tentador encher o nosso tempo livre com distracções, em que cada vez mais nos vemos obrigados a gastar esse tempo com mais horas de trabalho ou de formação profissional, isto tudo em vez de parar para reflectir. Simplesmente isto, reflectir. Lendo este livro, nem sequer se perde tempo à procura de modos de reflexão – cada capítulo é um desafio duro às nossas crenças e auto-ilusões.
Proponho aqui um exercício que fiz e que vou partilhar. Tendo realizado uma segunda leitura (depois de uma primeira, em que os meus estados de espírito alternaram entre a estupefacção e a perplexidade), fui retirando indicações de como resistir melhor ao poder que as diferentes autoridades do nosso dia-a-dia exercem sobre nós.
Um outro exercício, muito mais difícil (e demorado) de fazer, é questionar a nossa forma de exercer a autoridade no desempenho das nossas funções profissionais e parentais. Desde que li o livro que já não sou o mesmo, devo dizê-lo. Em que medida é que isso se irá reflectir na minha prática diária de professor é algo que estou ansioso por pôr à prova a partir de 15 de Setembro.
Aqui estão então as minhas conclusões-sugestões (que não são obviamente exaustivas, nem dispensam de todo a leitura do livro).
Excertos, (1), (2), (3), (4) e (5) do 1º capítulo, “The Dilemma of Obedience”.
Fundamental a sua leitura numa época em que é cada vez mais tentador encher o nosso tempo livre com distracções, em que cada vez mais nos vemos obrigados a gastar esse tempo com mais horas de trabalho ou de formação profissional, isto tudo em vez de parar para reflectir. Simplesmente isto, reflectir. Lendo este livro, nem sequer se perde tempo à procura de modos de reflexão – cada capítulo é um desafio duro às nossas crenças e auto-ilusões.
Proponho aqui um exercício que fiz e que vou partilhar. Tendo realizado uma segunda leitura (depois de uma primeira, em que os meus estados de espírito alternaram entre a estupefacção e a perplexidade), fui retirando indicações de como resistir melhor ao poder que as diferentes autoridades do nosso dia-a-dia exercem sobre nós.
Um outro exercício, muito mais difícil (e demorado) de fazer, é questionar a nossa forma de exercer a autoridade no desempenho das nossas funções profissionais e parentais. Desde que li o livro que já não sou o mesmo, devo dizê-lo. Em que medida é que isso se irá reflectir na minha prática diária de professor é algo que estou ansioso por pôr à prova a partir de 15 de Setembro.
Aqui estão então as minhas conclusões-sugestões (que não são obviamente exaustivas, nem dispensam de todo a leitura do livro).
sábado, setembro 06, 2008
Em dia de chuva, eu, bronzeado, passo a palavra a...
... Frederico Lourenço, no JL (artigo "Palavras de Verão"), nº 988, de 13/8/08:
Não há coisa mais fisicamente repugnante do que a vista de pele bronzeada.
No nosso país, o sol é tão forte que infelizmente nem os protectores solares de factor 50 evitam essa cor hedionda.
Não há coisa mais fisicamente repugnante do que a vista de pele bronzeada.
No nosso país, o sol é tão forte que infelizmente nem os protectores solares de factor 50 evitam essa cor hedionda.
quinta-feira, setembro 04, 2008
Perfil
Talvez saibam que esta é a fotografia que tenho usado no meu perfil.
Um uso abusivo, claro, porque não sou eu que estou ali. Não se trata do receio de ser identificado, pois sempre assinei os meus posts com o meu nome.
Mas gosto muito dela, pelo que não consigo tirá-la.
Possivelmente, porque se harmoniza com as minhas inclinações; além de que o retratado pertence ao meu círculo de vida: ei-lo longe, sentado a uma mesa, de costas e com uma viola na mão, a imagem a preto e branco, com leves tons de sépia, o silêncio à volta, um mundo de outro mundo.
A foto é da autoria de Dominique Isserman.
O fotografado é Leonard Cohen em Hydra nos inícios de 60.
(Leonard Cohen - The Literary Years)
Um uso abusivo, claro, porque não sou eu que estou ali. Não se trata do receio de ser identificado, pois sempre assinei os meus posts com o meu nome.
Mas gosto muito dela, pelo que não consigo tirá-la.
Possivelmente, porque se harmoniza com as minhas inclinações; além de que o retratado pertence ao meu círculo de vida: ei-lo longe, sentado a uma mesa, de costas e com uma viola na mão, a imagem a preto e branco, com leves tons de sépia, o silêncio à volta, um mundo de outro mundo.
A foto é da autoria de Dominique Isserman.
O fotografado é Leonard Cohen em Hydra nos inícios de 60.
(Leonard Cohen - The Literary Years)
quarta-feira, setembro 03, 2008
Porque não sorriem as modelos na passerelle?
Vejo a Fashion TV em casa alheia.
Ei-las a passar. São dezenas, centenas, milhares de modelos. Como o tic-tac de infinitos relógios, num fluxo contínuo, sem paragens.
Mas nem a mais leve sombra de um sorriso passa por aqueles rostos fúnebres. Porquê? Não pode ser por acaso; para ser traço comum a todas, tem de ser intencional. Mas porquê? Será o terror dos estilistas de que as pessoas se distraiam e não olhem para os vestidos?
Seja o que for, não consigo estar a assistir mais do que alguns minutos, aquilo incomoda-me e angustia-me: a beleza da mulher (e, sem margem para dúvidas, quase todas as mulheres podem ser belas) associo-a à vida em flor, não às máscaras de ferro da morte.
Já agora vejamos esta foto da Heidi Klum:
Aqui a vida ilumina, o sorriso e a nudez são símbolos claros e limpos de vida e de plenitude.
Gosto desta foto.
O efeito é curioso: a posição deitada, o sorriso feliz, o nosso olhar como que a debruçar-se sobre ela, a ser acolhido... mas, por outro lado, os braços cruzados; o tratar-se de apenas um momento; o sabermos que ela é casada com Seal, que tem 3 filhos; e o sentimento resultante é ambíguo: desejo e anti-desejo, ilusão de uma fotografia, provavelmente antiga, provavelmente retocada, a piscar-nos o olho, para sempre impedindo-nos de mergulhar nessa ilusão...
Ei-las a passar. São dezenas, centenas, milhares de modelos. Como o tic-tac de infinitos relógios, num fluxo contínuo, sem paragens.
Mas nem a mais leve sombra de um sorriso passa por aqueles rostos fúnebres. Porquê? Não pode ser por acaso; para ser traço comum a todas, tem de ser intencional. Mas porquê? Será o terror dos estilistas de que as pessoas se distraiam e não olhem para os vestidos?
Seja o que for, não consigo estar a assistir mais do que alguns minutos, aquilo incomoda-me e angustia-me: a beleza da mulher (e, sem margem para dúvidas, quase todas as mulheres podem ser belas) associo-a à vida em flor, não às máscaras de ferro da morte.
Já agora vejamos esta foto da Heidi Klum:
Aqui a vida ilumina, o sorriso e a nudez são símbolos claros e limpos de vida e de plenitude.
Gosto desta foto.
O efeito é curioso: a posição deitada, o sorriso feliz, o nosso olhar como que a debruçar-se sobre ela, a ser acolhido... mas, por outro lado, os braços cruzados; o tratar-se de apenas um momento; o sabermos que ela é casada com Seal, que tem 3 filhos; e o sentimento resultante é ambíguo: desejo e anti-desejo, ilusão de uma fotografia, provavelmente antiga, provavelmente retocada, a piscar-nos o olho, para sempre impedindo-nos de mergulhar nessa ilusão...
Vergílio Ferreira - Diário Inédito
Sim, provavelmente choca ou, pelo menos, surpreende. A verdade é que amo Vergílio Ferreira como se ele fosse (tivesse sido) da minha família mais próxima.
Tudo o que ele escreveu, e a forma como o escreveu, suscita em mim o sentimento de uma fraternidade forte e indestrutível. Mesmo quando discordo: é que essa discordância esboça-se e realiza-se sempre no interior, nunca é exterioridade.
Note-se que foi uma frase de Vergílio Ferreira que escolhi para a descrição deste blog desde o seu início. Nem sempre foi a mesma, mas foi sempre dele.
Como com todos os livros de V.F., peguei neste seu Diário meses depois de ter sido publicado, após ter terminado todo o burburinho (desta vez, maioritariamente positivo, diga-se de passagem) que ele suscitou à sua volta. Assim, li-o no silêncio e na solidão, o livro e eu, sem ninguém a meter-se de permeio. Acabei a sua leitura agora. E, mais uma vez, uma emoção forte que nasce de uma comuhão de sentires, de um mesmo gosto pelo que intelectualmente nos desafia, de um modo comum de olhar o mundo-natureza. Mas tudo isto fica aquém daquilo que realmente senti ao lê-lo (e falta-me a arte para o definir com verdade).
Apesar de ser muito mais interessante a 2ª parte, confesso que me comoveu profundamente a juventude, a ingenuidade e a insegurança de V.F. a revelarem-se nas entrelinhas da 1ª parte deste Diário.
Mil vezes obrigado à Professora Fernanda Irene Fonseca que edita superiormente este livro. Mil vezes obrigado à esposa de Vergílio Ferreira, Sra. D.Regina Kasprzykowski, por nos ter permitido o prazer da sua leitura.
Tudo o que ele escreveu, e a forma como o escreveu, suscita em mim o sentimento de uma fraternidade forte e indestrutível. Mesmo quando discordo: é que essa discordância esboça-se e realiza-se sempre no interior, nunca é exterioridade.
Note-se que foi uma frase de Vergílio Ferreira que escolhi para a descrição deste blog desde o seu início. Nem sempre foi a mesma, mas foi sempre dele.
Como com todos os livros de V.F., peguei neste seu Diário meses depois de ter sido publicado, após ter terminado todo o burburinho (desta vez, maioritariamente positivo, diga-se de passagem) que ele suscitou à sua volta. Assim, li-o no silêncio e na solidão, o livro e eu, sem ninguém a meter-se de permeio. Acabei a sua leitura agora. E, mais uma vez, uma emoção forte que nasce de uma comuhão de sentires, de um mesmo gosto pelo que intelectualmente nos desafia, de um modo comum de olhar o mundo-natureza. Mas tudo isto fica aquém daquilo que realmente senti ao lê-lo (e falta-me a arte para o definir com verdade).
Apesar de ser muito mais interessante a 2ª parte, confesso que me comoveu profundamente a juventude, a ingenuidade e a insegurança de V.F. a revelarem-se nas entrelinhas da 1ª parte deste Diário.
Mil vezes obrigado à Professora Fernanda Irene Fonseca que edita superiormente este livro. Mil vezes obrigado à esposa de Vergílio Ferreira, Sra. D.Regina Kasprzykowski, por nos ter permitido o prazer da sua leitura.
terça-feira, setembro 02, 2008
Metabloguismo, e não só... também vencer o mal
Venho, pelo 2º dia, da escola.
Ambiente carregado, tensão, inquietação, tristeza, expectativas mais baixas que já alguma vez me foi dado ver.
Tudo tão profundamente negativo que, chegado aqui, todas as ideias sobre as quais me apetece escrever só me parecem fúteis e frívolas.
E, no entanto, eu recuso embarcar neste estado de espírito: não quero dar àqueles brutos da 5 de Outubro o poder de comandar o meu espírito!
Portanto, reflictamos sobre a maldade (e o seu contrário).
Na vida os maus ganham quase sempre, é da sabedoria das nações.
Os bons não lhes conseguem fazer frente porque, é verdade, são bons, mas são-no de forma medíocre - isto em resultado do medo que têm dos maus.
Só que, às vezes, aparece um bom verdadeiro. E aí ele ganha (a menos que seja assassinado) porque os maus, também eles, são cobardes, medíocres e mesquinhos. Não constituem concorrência para uma autêntica bondade.
Há exemplos ilustres - Gandhi, Luther King, Cristo -, que passaram pela luz da ribalta. Mas outros há, mais discretos, dos quais pouco se vai sabendo. Alguns comovem-me.
Por exemplo, Toni Ruttimann, o construtor de pontes. Aos 19 anos abandona a Suíça e inicia uma vida, desde 1987, a ajudar os povos da América Latina e do Sudoeste Asiático. Como? Construindo pontes (mais de 350). Usando apenas o que os outros deitam fora (especialmente companhias petrolíferas e mineiras) e a força braçal dos aldeões. Não aceita dinheiro de governos e não recebe salário nenhum. A sua casa é a mochila, onde leva alguma roupa, um computador e um telemóvel: nos últimos 20 anos nunca dormiu mais de 3 noites seguidas na mesma cama.
Construindo pontes. É um vencedor.
Ambiente carregado, tensão, inquietação, tristeza, expectativas mais baixas que já alguma vez me foi dado ver.
Tudo tão profundamente negativo que, chegado aqui, todas as ideias sobre as quais me apetece escrever só me parecem fúteis e frívolas.
E, no entanto, eu recuso embarcar neste estado de espírito: não quero dar àqueles brutos da 5 de Outubro o poder de comandar o meu espírito!
Portanto, reflictamos sobre a maldade (e o seu contrário).
Na vida os maus ganham quase sempre, é da sabedoria das nações.
Os bons não lhes conseguem fazer frente porque, é verdade, são bons, mas são-no de forma medíocre - isto em resultado do medo que têm dos maus.
Só que, às vezes, aparece um bom verdadeiro. E aí ele ganha (a menos que seja assassinado) porque os maus, também eles, são cobardes, medíocres e mesquinhos. Não constituem concorrência para uma autêntica bondade.
Há exemplos ilustres - Gandhi, Luther King, Cristo -, que passaram pela luz da ribalta. Mas outros há, mais discretos, dos quais pouco se vai sabendo. Alguns comovem-me.
Por exemplo, Toni Ruttimann, o construtor de pontes. Aos 19 anos abandona a Suíça e inicia uma vida, desde 1987, a ajudar os povos da América Latina e do Sudoeste Asiático. Como? Construindo pontes (mais de 350). Usando apenas o que os outros deitam fora (especialmente companhias petrolíferas e mineiras) e a força braçal dos aldeões. Não aceita dinheiro de governos e não recebe salário nenhum. A sua casa é a mochila, onde leva alguma roupa, um computador e um telemóvel: nos últimos 20 anos nunca dormiu mais de 3 noites seguidas na mesma cama.
Construindo pontes. É um vencedor.
segunda-feira, setembro 01, 2008
Voltar ao trabalho
Rivka goes to her rabbi for advice.
"Rabbi", she says. "Both Abe and Sol are in love with me. Both want to marry me, and I have to pick... Who will the lucky one be?"
The rabbi looked at her and replied, "Abe will marry you and Sol will be the lucky one."
Kenneth Polin, IL, USA
(Tinha uma data de coisas para escrever. Mas prefiro começar este ano lectivo com humor.)
"Rabbi", she says. "Both Abe and Sol are in love with me. Both want to marry me, and I have to pick... Who will the lucky one be?"
The rabbi looked at her and replied, "Abe will marry you and Sol will be the lucky one."
Kenneth Polin, IL, USA
(Tinha uma data de coisas para escrever. Mas prefiro começar este ano lectivo com humor.)
Subscrever:
Mensagens (Atom)